Os envolvidos no júri do caso Becker precisam correr contra o tempo se quiserem cumprir a previsão de concluir o julgamento até a sexta-feira (30). A intenção inicial era ouvir nos dois primeiros dias, terça e quarta, os depoimentos das 16 testemunhas, para abrir esta quinta-feira (29) com o interrogatório dos réus. No entanto, com a extensão das oitivas dos delegados Rodrigo Bozzetto e Gustavo Fleury, restam ainda 14 depoentes a serem ouvidos.
Antes do início da sessão desta quinta-feira (29), o juiz Roberto Schann Ferreira fez questão de conversar com os jurados para garantir que iria tentar agilizar, na medida do possível, o andamento dos trabalhos. O Conselho de Sentença, como prevê a legislação, fica isolado e incomunicável do início ao final do júri.
Depois, o magistrado conversou com advogados e acusação, pedindo maior objetividade nas perguntas às testemunhas seguintes, para evitar que o julgamento se estenda ao longo do fim de semana. A intenção é ouvir ainda antes do intervalo para almoço desta quinta duas testemunhas de acusação: o médico Fernando Webber Matos, o primeiro a falar, e o major da Brigada Militar Márcio Batista Nunes Homem.
— A defesa tem o maior interesse em agilizar para que não entre no final de semana. Vamos contribuir — disseram os advogados da banca de Bayard Fischer.
À tarde, as partes pretendem ouvir os dois peritos convocados: Marco Antônio Zatta, da acusação, e Joel Ribeiro Fernandes, perito aposentado do IGP convocado pela defesa. A ordem desses depoimentos foi o que gerou discussão e debate que atrasou em 1h30min o início do segundo dia de júri, na quarta.
— Da nossa parte, não temos questionamentos ao perito federal — disse Marcos Vinícios Barrios, da defesa de Moisés Gugel.
Concluído os depoimentos, os quatro réus serão interrogados. Em seguida, ocorre o debate entre Ministério Público Federal e defesas, antes de o conselho de sentença definir o destino dos réus.