Uma pequena loja de artesanatos foi furtada, no último sábado (29), dentro do Mosteiro São José, em Rio Grande, no sul do Estado. Conforme religiosas do local, foram levados produtos feitos por elas, como panos de prato e toalhas, em um prejuízo estimado em mil reais. A suspeita é que a ação tenha sido realizada durante a missa que ocorria naquela tarde, por volta das 17h. O caso é investigado pela Polícia Civil do município.
Os produtos estavam em uma sala que fica ao lado de onde ocorria a missa. Atrás, fica o espaço onde 10 irmãs carmelitas vivem em reclusão. De acordo com a irmã Mari Carmen, que vive há 30 anos no local, os produtos são feitos ao longo do ano pelas freiras, e o valor obtido com as vendas é usado para se manterem.
— Quem percebeu foi a nossa zeladora. Ela que atende as pessoas no bazar após as missas, porque nós somos de clausura. Não tinha um pano de prato mais ali, nem as toalhas bordadas e produtos de crochê, levaram tudo. Também tínhamos camisetas personalizadas com imagem de Santa Terezinha, que furtaram. Essas são fáceis de identificar porque está escrito o nome do mosteiro na parte atrás.
Na sala, também havia velas, bolos e biscoitos para venda, mas esses não foram levados. As freiras acreditam que o furto tenha ocorrido durante a missa, quando o portão do local fica aberto aos fieis.
O mosteiro fica na região central do município, em uma rua com fluxo acentuado de pessoas. Não há câmeras na parte interna do local, mas a Polícia Civil afirma ter obtido imagens de estabelecimentos localizados nas proximidades. As imagens são analisadas pelas equipes. Após o episódio, as irmãs afirmam que se sentem inseguras:
— Ficamos tentando entender como conseguiram entrar, mas deve ter sido durante a missa. Ficamos preocupadas, tem muito movimento aqui na rua, mas ninguém viu nada — lamenta.
As religiosas foram incentivadas pela comunidade local para registrarem o caso na polícia.
Conforme as irmãs, outros quatro furto ocorreram no local nos últimos anos - diferente do caso de sábado, esses episódios anteriores não chegaram a ser registrados na polícia. O último deles teria sido em dezembro quando foram levadas pequenas imagens em resina, feitas para enfeite natalino.
— Foi pouco antes do Natal. Num dia a madre abriu a porta do bazar e viu que tinham algumas imagens quebradas, pelo chão. Usaram um lençol que tinha ali para fazer uma trouxa e pularam o muro. Depois disso nós botamos uma cerca ali.
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A freira afirma que as irmãs pretendem reforçar, novamente, a segurança no local, com câmeras de monitoramento. Após a repercussão do caso, ela afirma que o mosteiro vem recebendo doações e agradeceu a comoção das pessoas pelo Estado.
— Estamos recebendo doações de vários locais e vamos conseguir colocar aparelhos de monitoramento aqui. A gente quer agradecer muito a delicadeza das pessoas, estão nos ajudando muito.
Investigação
Após o registro do furto, uma investigação foi aberta. De acordo com o delegado Maiquel Fonseca, as equipes analisam imagens de câmeras da rua e ouvem testemunhas.
O policial afirma que o furto teria sido cometido por um homem, ainda não identificado, e ainda é apurado se mais pessoas participaram da ação.
— Foi um furto de oportunidade, como chamamos. Alguém viu que o portão estava aberto, se aproveitou disso para ingressar e levar os itens. O mosteiro tem muros altos, é difícil de ingressar. Temos suspeita sobre um homem que entrou ali no momento da missa, mas estamos vendo as imagens obtidas para verificar se alguém estava com ele, se mais gente estaria envolvida.