O caso de tortura praticada por policiais civis em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, começou a ser investigado pela Corregedoria-Geral da corporação. GZH teve acesso com exclusividade a dois vídeos gravados por câmeras de segurança de um estabelecimento comercial na Rua Abrahão Lincoln que mostram os investigadores agredindo com chutes, socos e golpes de ferramenta dois suspeitos de tráfico de drogas, em busca de confissão sobre onde estaria o entorpecente. Os policiais são lotados na 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí.
Conforme o delegado Joerberth Pinto Nunes, corregedor-geral da Polícia Civil, um delegado do departamento foi indicado para conduzir a investigação e o inquérito policial já foi instaurado. Nunes explica que a etapa inicial é instruir o procedimento com toda a documentação necessária, como os vídeos e a cópia da ocorrência atendida pelos policiais. Primeiramente serão intimadas “possíveis vítimas”, diz o delegado, e depois serão ouvidos os policiais suspeitos.
Enquanto o inquérito corre, os agentes seguirão trabalhando.
— Não há nenhum fundamento legal para qualquer afastamento — diz o delegado.
Conforme Nunes, retirar os investigados do trabalho seria uma medida administrativa possível, mas que comprometeria os trabalhos da delegacia.
— Eu não posso fazer isso de forma prematura e de maneira leviana — comenta.
Perguntado sobre a avaliação que faz da conduta dos policiais, com base nas imagens, respondeu:
— Sem juízo de mérito por enquanto. Não sei se estavam em ação oficial, se estavam fora de ação oficial. Até nem posso, na qualidade de condutor da investigação, me pronunciar sobre mérito neste momento.
A investigação apura se os policiais cometeram crimes e quais seriam estes delitos. Se constatada infração administrativa, será instaurado um procedimento interno para apuração. O prazo legal para conclusão do inquérito é de 30 dias.