A Brigada Militar (BM) de Não-Me-Toque, no norte do RS, prendeu preventivamente Daniel Rodrigues da Silva, 30 anos, suspeito do assassinato do pai Adolar Rodrigues Silva, 59, e da irmã Francieli Rodrigues Silva, 33. Ambos foram mortos na quarta-feira (31), dentro da residência em que vivia toda a família.
O irmão mais novo de Daniel e Francieli, Lucas da Silva, 27, também é investigado pelo crime. Ele segue sendo procurado.
Segundo o tenente Marcelo Petry, comandante da Brigada Militar de Não-Me-Toque, a prisão de Daniel é motivada pelas contradições percebidas no depoimento dele. Ao menos três versões foram contadas. Num primeiro momento, Daniel teria dito que dois homens saíram da residência levando a sobrinha. Depois, teria alegado que o irmão cometeu o crime e o obrigou a ajudá-lo na fuga. Por último, disse não saber se o irmão cometeu ou não o crime.
O comandante afirma que ainda existem dúvidas quanto à organização e à motivação dos assassinatos, principalmente enquanto Lucas estiver desaparecido. Assim como ainda não se sabe qual dos dois suspeitos foi o autor dos disparos.
Em uma das versões que apresentou, Daniel relatou à BM que Lucas teria atirado contra o pai e a irmã e o teria obrigado a dirigir até um matagal no interior do município, a cerca de cinco quilômetros do local do crime.
A BM foi ao local indicado, mas, até o momento, o suspeito não foi encontrado. O tenente Petry esclarece que as buscas a ele seguem e que há um alerta geral emitido para todas as cidades da região.
Filhas de Francieli estavam na residência
No momento do crime, estavam na residência duas filhas de Francieli, uma com cinco anos e outra uma bebê, de quatro meses de idade. A mais velha foi levada pelos tios, suspeitos dos assassinatos, na fuga.
Ainda de acordo com o tenente Marcelo Petry, comandante da Brigada Militar de Não-Me-Toque, algum tempo após a chegada dos policiais que atenderam a ocorrência à casa da família, Daniel retornou ao local e entregou a sobrinha, que ficou aos cuidados do pai, esposo de Francieli, também residente do mesmo local.
Segundo o comandante, a menina de 5 anos relatou que os dois tios discutiram no carro e confirmou que foram para o interior. Em choque, porém, a jovem não soube passar mais detalhes sobre o ocorrido.
Motivação ainda é dúvida
A BM ainda busca entender o que teria motivado os dois homens a matarem o pai e a irmã. O tenente relatou que vizinhos alertaram para uma possível disputa por herança.
— Recebemos a informação dos vizinhos de que existia uma discussão familiar acerca da herança da mãe, que faleceu dois anos atrás. A suspeita é que queriam parte da herança. Queriam que o pai vendesse a casa da família para receber sua parte do dinheiro — conta o comandante Marcelo Petry.
No entanto, o esposo de Francieli teria dito à BM que nunca presenciou brigas e discussões referentes à herança na família e que não entende o que pode ter motivado o crime.