Seis dias após o latrocínio de uma comerciante de 62 anos de Sapiranga, no Vale do Sinos, os três homens apontados pela polícia como participantes da ação — entre eles, o sobrinho da vítima — estão presos. O último foragido, que conseguiu escapar de um cerco da Brigada Militar após o crime, se entregou nesta segunda-feira (30) à polícia. Ele é apontado pelos comparsas como autor dos disparos, embora negue participação ativa na ação.
A vítima, Eva Neli dos Santos Landim da Rosa, foi surpreendida na última terça-feira (24), quando dois homens entraram em seu minimercado e anunciaram o assalto. Ela tentou reagir, sacando uma arma. Foi nesse momento em que acabou atingida por tiros no pescoço e no peito. A dupla levou R$ 89 que estavam no caixa. Com a ajuda do terceiro homem, que seria o sobrinho, deixaram o local em um carro.
Após perseguição, sofreram um acidente e tentaram seguir a fuga a pé, entrando em um matagal nas proximidades do Bairro São Luiz, local onde o crime foi cometido. Com a mobilização policial, dois deles foram presos no mesmo dia.
Com passagens por tráfico de drogas e posse de entorpecentes, o terceiro suspeito, um homem de 23 anos, foi encaminhado para o sistema prisional gaúcho assim que se apresentou à polícia. O depoimento dele é visto como peça essencial no quebra-cabeça de versões para o crime. O delegado responsável pelo caso, Fernando Pires Branco, relata a principal dificuldade para recuperar todos os fatos do dia do crime.
— Não há testemunhas. A única pessoa que poderia contar o que houve é a vítima, que não sobreviveu.
Segundo ele, o sobrinho da vítima negou que se tratasse de um assalto, dizendo que apenas teria ficado dentro de um carro, enquanto a dupla agia. Ele relatou em depoimento que estava devendo R$ 1 mil para esses dois homens e que teriam ido ao mercado apenas para pedir que a tia pagasse a dívida.
— A versão não bate, porque os outros disseram que o sobrinho ajudou, indicando o local e participado do planejamento — pontua o delegado.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela Polícia Civil.
*Colaborou Rochane Carvalho