Um empresário de Canoas foi preso nesta semana ao se apresentar na 3ª Delegacia de Polícia da cidade junto com advogados. O suspeito, que não teve o nome divulgado, tinha prisão decretada pela Justiça de Rondônia por suposto envolvimento em fraude licitatória de software para registros online de boletins de ocorrências policiais no Estado do norte do país.
Durante cumprimento de mandado judicial na casa do investigado, na semana passada, foram apreendidos R$ 350 mil e dois veículos de luxo, sendo um deles, uma BMW avaliada em R$ 400 mil.
O delegado Rodrigo Caldas, titular da 3ª Delegacia, diz que o preso está à disposição do Poder Judiciário de Rondônia para esclarecimentos. A informação sobre a prisão foi divulgada nesta sexta-feira (7) em razão de uma exigência do investigado para se apresentar, já que ele não queria a presença da imprensa quando fosse se entregar — de forma espontânea — às autoridades.
Os advogados Mateus Marques e Samir Nassif, que representam o empresário, informaram que vão se manifestar posteriormente sobre a prisão. Nessa mesma operação policial deflagrada ainda no final de julho, foi preso em Rondônia um oficial da Polícia Militar local, que já ocupou cargos de confiança no governo de Rondônia.
O empresário de Canoas é investigado pelos delitos de fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Um funcionário da empresa foi autuado por facilitar a fuga dele na semana passada, mas responde em liberdade. Caldas destaca que, além da BMW e da quantia em dinheiro, foram apreendidos na casa do suspeito e na empresa um veículo Jeep Renegade, diversos documentos, telefones celulares, HDs de computadores e ainda um cofre.
A polícia de Rondônia diz que a fraude apurada envolve a empresa gaúcha e servidores públicos rondonienses para ganhar a licitação do serviço com o governo da região. O oficial preso e empresários tentaram impedir a concorrência para ter tempo de desenvolver o software do programa para registro das ocorrências policiais online. A quebra do sigilo telefônico entre eles teria confirmado vários contatos e trocas de documentos para que a empresa ligada aos suspeitos fosse a vencedora da licitação.