Alexandra Dougokenski, 33 anos, será ouvida mais uma vez no inquérito que investiga a morte do filho, Rafael Mateus Winques, 11 anos, em Planalto, no norte do RS. A mãe dará depoimento no sábado (27), no Departamento de Homicídios do Palácio da Polícia, em Porto Alegre, a partir das 14h. Dessa vez, Alexandra será confrontada com o resultado das perícias do crime. São quase 30 laudos já concluídos pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) que somarão detalhes importantes à investigação.
Por enquanto, os delegados não divulgam os resultados das análises e trabalham na estratégia do interrogatório. A única perícia que ainda não ficou pronta é a da reconstituição, tecnicamente chamada de reprodução simulada dos fatos, executada na última quinta-feira (18) e com prazo de 30 dias para conclusão.
Os laudos confirmam que a causa da morte de Rafael foi por asfixia mecânica. E também comprovam que o menino ingeriu Diazepam. A mãe alega que usou o medicamento porque o filho estava agitado na noite de 14 de maio e disse, em depoimento, que não teve a intenção de matar o garoto. A Polícia Civil investiga o crime como homicídio doloso.
— A chefia está acompanhando este caso de perto e a minha sensação é que estamos entrando numa fase conclusiva da investigação, estamos nos encaminhando para a reta final do inquérito. A motivação da mãe surgiu como um resultado de todo trabalho de investigação, da montagem desse quebra-cabeça — diz a chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor.
Rafael desapareceu em 15 de maio no município de 10 mil habitantes, no Norte. Dez dias depois, a mãe admitiu autoria do crime. Alexandra chegou a mobilizar a polícia e o Conselho Tutelar nas buscas pelo filho que estava escondido em uma caixa de papelão na casa ao lado da sua residência. Detida na Penitenciária Feminina de Guaíba, a mãe está presa desde 25 maio.
A polícia acredita que a corda de varal, que Alexandra diz que usou para transportar o corpo, foi utilizada para estrangular de forma intencional o menino. O advogado de defesa, Jean Severo, afirma que os resultado dos laudos convergem com a versão da mãe em depoimento:
— Se ela quisesse realmente estrangular o filho, não faria isso com uma corda, teria feito com as mãos, com o fio do celular. E a corda não estaria também atada nas pernas. As perícias reforçam a tese de homicídio culposo.