Foi cancelado o julgamento de Rosângela Lipke, uma das acusadas pela morte do empresário Ediér Antonio Bernardini, 56 anos, ocorrida em 2012, em Agudo. O júri estava marcado para as 8h30min desta sexta-feira (31). Juiz, promotora, assistente de acusação e jurados estavam lá, mas a ré e o seu advogado, Jean Severo, não compareceram. Por isso, a sessão foi cancelada.
O juiz Jonatan Cassou, que preside a sessão, até havia nomeado um defensor dativo, que é designado para defender o réu caso ele não tenha ou seu advogado não compareça, assim como não haja um defensor público à disposição. Isso foi feito porque o julgamento de Rosângela foi adiado em outubro e anulado em outra oportunidade, em novembro, por ausência do advogado Jean Severo.
Na primeira vez, Severo apresentou um atestado alegando problemas de saúde. Na segunda, após 11h de júri, abandonou o plenário após a sua cliente, que está grávida, passar mal e precisar ser levada ao hospital. Porém, o advogado dativo nomeado pelo juiz apresentou renúncia, alegando que não conseguiu ter contato pessoal com a ré e que ela afirmou querer continuar sendo defendida por Jean. Com isso, uma nova data deve ser marcada pelo magistrado.
O advogado de Rosângela diz que não compareceu porque não abre mão que sua cliente, que está internada novamente por conta da gravidez de risco, esteja presente. Ele já havia pedido a transferência de data, usando essa justificativa, mas a solicitação foi negada pelo juiz.
– Essa defesa não foge de júri. Não fomos a plenário porque ela está internada, ela tem uma gravidez de risco. Falta cinco semanas para ela ganhar nenê, não vamos correr esse risco. Já peticionamos para que esse júri seja feito em abril. Podemos fazer tranquilamente, falta pouco, é só esperar o nascimento da criança – defende Severo.
NOVAS MUDANÇAS
No próximo júri, Rosângela voltará a ser julgada junto de Valter André da Silva, que também é acusado pelo crime. O processo havia sido separado porque o advogado dele também estava hospitalizado devido a uma cirurgia e não poderia comparecer hoje. Além dos dois, Diones Crumenauer dos Santos e Gelson da Silva Grigolo também são acusados, mas serão julgados separadamente porque ficaram foragidos e só foram encontrados mais tarde.
A DENÚNCIA
Conforme o Ministério Público, Rosângela foi a mandante do crime, que ocorreu em setembro de 2012. Ela mantinha um relacionamento com Ediér e passou a exigir dinheiro e bens dele. A vítima chegou a registrar uma ocorrência por ameaça de morte pouco antes de ser assassinado. Valter também foi denunciado por participação no homicídio porque estava usando o carro de Bernardini. O empresário foi encontrado amarrado no porão da empresa que ele administrava com sinais de tortura. A vítima tinha lesões na face, tórax e pernas e teria morrido devido a uma facada no abdômen.