A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça manteve a condenação do delegado de polícia Eduardo Luiz Correia de Moraes, preso em 2016 por envolvimento em um esquema de extorsão a familiares de presos que ocorria na Delegacia de Pronto-Atendimento de Alvorada. Ele foi condenado a 17 anos e nove meses de reclusão e perda do cargo.
O TJ manteve também manteve as penas aos seguintes réus: os policiais civis Aurino Ezequiel Medeiros de Almeida (14 anos e seis meses) e Carin dos Santos Richter (11 anos e 11 meses), a advogada Graziele da Silva (14 anos e seis meses), além de Antonio Vergilio Fortes Martins (14 anos e nove meses) e Valdeci João de Oliveira (três anos e seis meses). Os policiais e a advogada ainda tiveram decretada a interdição para o exercício de cargo ou função pública por oito anos.
Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), o delegado e a policial Carin estavam respondendo em liberdade. O policial Almeida e Martins estão presos. A reportagem não obteve a confirmação de Oliveira e da advogada.
Eles já haviam sido condenados em primeira instância pela Justiça de Alvorada, mas recorreram da decisão junto ao Tribunal de Justiça. Além de manter as condenações, o Judiciário mandou expedir as prisões dos que estavam liberdade.
De acordo com o Ministério Público, responsável pelas investigações, o grupo cobrava valores acima da fiança e se apropriava do excedente. O ex-PM Antônio Vergilio Fortes Martins e a advogada Graziele da Silva ficavam do lado de fora da delegacia, fazendo a intermediação da cobrança junto aos familiares dos presos. A cada plantão (dois por semana), o lucro ficava entre R$ 2 mil e R$ 5 mil.
Além disso, eles consultavam indevidamente o sistema restrito à Segurança Pública para verificar se determinado veículo poderia ser indevidamente restituído, clonado ou adulterado, bem como avisavam a terceiros sobre eventuais investigações policiais em andamento. Os fatos ocorreram entre março e junho de 2016.