As escolas da Rede Marista em Porto Alegre amanheceram com reforço na segurança nesta quinta-feira (28). A Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil fazem o policiamento em cinco colégios pagos e 12 unidades sociais vinculados à rede, um dia após ser aberta uma investigação para apurar ameaças de um suposto atentado contra uma escola da rede na Capital.
Duas viaturas da BM estavam estacionadas em frente ao Colégio Rosário, na região central de Porto Alegre, por volta das 6h30min. Já a Polícia Civil chegou ao local às 7h. A patrulha circula no entorno do colégio, passando pela Rua Barros Cassal e pela praça Dom Sebastião.
— A orientação é ficarmos perto das escolas — afirmou um policial militar, que não quis se identificar.
Os primeiros alunos chegaram por volta das 6h45min. Os seguranças da instituição afirmam que "tudo corre normalmente" e que as aulas iniciaram às 7h30min, horário habitual.
A Rede Marista, no entanto, suspendeu provas e testes. Há turmas de escolas da Capital em que menos de 10 alunos compareceram às aulas.
— Pais estão preocupados. Hoje eu trouxe só um aluno. Normalmente tem sete ou oito. Os pais ficam com medo do que saiu na internet. Recebi um monte de mensagem no WhatsApp, dos pais, avisando que não iam mandar os filhos — diz Vorni Gonçalves, o "Maninho", 75 anos, motorista de uma Kombi escolar.
A assessoria de imprensa da rede informou que entende a decisão de muitos pais não terem levado os filhos aos colégios nesta quinta-feira e reforçou que os alunos não terão nenhum tipo de prejuízo no aspecto pedagógico, já que alguns tinham provas marcadas para o dia.
Mãe de uma aluna de 12 anos do Rosário, Fernanda Amarilio, 44 anos, afirmou que o reforço na segurança havia sido comunicado pela instituição.
— O colégio nos ligou tranquilizando. Disseram que acionaram os órgãos de segurança e que teria reforço hoje. Igual a gente fica preocupado igual. Nunca sabemos se é fake ou não.
A reportagem de GaúchaZH também verificou a presença de viaturas da Polícia Civil e da BM nos colégios Champagnat, na zona leste da Capital, Marista Ipanema, na zona sul, e Marista São Pedro, na zona central. De acordo com a Rede Marista, desde que tomou conhecimento das ameaças, informou as autoridades e "foi acordado esse monitoramento em todas nossas unidades". "Além dos colégios pagos temos viaturas passando pelas unidades sociais. Elas estão se dividindo ao longo da manhã para fazer esse acompanhamento. Também reforçamos nossa segurança interna", diz a instituição.
Segundo o Comandante do Comando de Policiamento da Capital, tenente-coronel Rodrigo Mohr Picon, a BM dará apoio às escolas no geral, além da Rede Marista:
— É o dia inteiro hoje, e demais escolas (fora da Rede Marista) também têm uma atenção especial na medida do possível. Por enquanto, não houve nada fora da normalidade
Imagem antiga
Na manhã desta quinta, a chefe da Polícia Civil do Estado, delegada Nadine Anflor, confirmou que é antiga a imagem de uma arma que acompanha a mensagem do suposto ataque. O boato motivou a abertura de investigação policial e o reforço na segurança das instituições de ensino Rede Marista, já que não se sabe ao certo qual escola seria o alvo do hipotético ataque.
Segundo a chefe de polícia, a imagem da arma foi utilizada em 2012 em uma reportagem feita em Aracaju, no Sergipe. Isso faz com que a polícia trabalhe, principalmente, com a linha de investigação de uma falsa ameaça:
— Nos parece que a notícia é falsa, até para gerar pânico. Ela acabou viralizando em várias redes sociais, principalmente em grupos de WhatsApp — explicou.