São cerca de 1,3 mil postos de trabalho gerados com o turismo atraído pelo médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, em Abadiânia, no interior de Goiás. Segundo o prefeito da cidade, José Aparecido Alves Diniz, o possível fechamento da Casa Dom Inácio de Loyola, após relatos de abusos sexuais, “será um prejuízo de emprego monstruoso” para a cidade de nove mil habitantes
— Vai ser difícil. Todo o Brasil já passa por uma crise financeira considerável e pra nós vai ser pior — relatou Diniz ao programa Gaúcha Atualidade, desta terça-feira (11).
Desde que as suspeitas foram reveladas no programa Conversa com Bial, da TV Globo, mais de 200 mulheres procuraram o Ministério Público para denunciar o médium. Há casos, inclusive, no Rio Grande do Sul, já que João de Deus realizava atendimentos em uma casa em Três Coroas, no Vale do Paranhana. O MP informou que já apurava as denúncias antes de a informação ser divulgada pela imprensa.
Em Abadiânia, João de Deus atende às quartas, quintas e sextas-feiras. Segundo Diniz, passam pela cidade “cerca de 3 mil pessoas que, se você analisar, passa bem de 50% (do total) a população flutuante”
Com os benefícios que o médium leva a cidade, as denúncias de casos de abuso deixaram os moradores surpresos.
—Essas questões (investigações) funcionaram sem ter a divulgação. Eu tomei conhecimento por parte da imprensa. Aqui na cidade não se comentava isso. Eu não frequento a casa, mas não se via comentário — contou — Até hoje a gente ainda está meio sem ter uma saída, nem para fazer uma análise — completou.