Usado como ponto de partida para um esquema de lavagem de dinheiro desarticulado nesta quarta-feira (14) pela Polícia Civil, um bingo localizado na Avenida Cristóvão Colombo, zona norte de Porto Alegre, funcionava como um verdadeiro bunker. Sem janelas, tem apenas dois acessos. Um deles é a entrada principal, com uma porta de aço com espessura de pelo menos 10 centímetros, e o outro uma entrada lateral com acesso por uma garagem de veículos.
GaúchaZH esteve no local pela manhã, acompanhando cumprimento de mandado judicial do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), na Operação Repasse, e verificou que clientes do bingo ingressavam com os próprios veículos na garagem, depois atravessavam um depósito desativado por meio de uma pequena abertura até chegar em uma porta que é lacrada pelo lado de fora.
Os policiais tiveram de abrir a passagem com uma marreta, já que a porta só abre pela parte interna. Ao ingressar no bingo, os agentes revistaram cerca de 10 clientes e cinco funcionários.
O bingo tem dois pisos, sendo o primeiro andar um local utilizado em parte como depósito e, em outra, como salão de festas. O térreo era usado para os jogos de azar: além do bingo, máquinas caça-níqueis. Entre os funcionários, uma equipe de segurança reforçada. O nome do bingo e dos suspeitos — cinco pessoas que estão foragidas, inclusive fora do país — não estão sendo divulgados porque a investigação da polícia continua.