A morte da professora de catequese Elaine Maria Tretto, 51 anos, em Estância Velha, no Vale do Sinos, completa um ano nesta sexta-feira (31). Apontado como o autor do crime, o marido da vítima, César Luís Velho, 53 anos, segue foragido. Ele teve a prisão preventiva decretada 15 dias após o assassinato. O motivo, conforme as investigações, seria o fato da vítima querer o divórcio.
Desde então, agentes da delegacia da cidade fizeram buscas em todo o Rio Grande do Sul e até fora do Estado, mas o homem não foi encontrado. Em julho deste ano, o suspeito entrou na lista de procurados da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Segundo o delegado Luís Fernando Nunes da Silva, a polícia acredita que ele possa ter deixado o país.
- Pedimos para que a Polícia Federal colocasse o nome dele na lista da Interpol pois existe a chance de ele ter saído do Brasil. Seguimos fazendo buscas e checando possíveis locais onde esse homem possa estar- diz o delegado.
O policial afirma que a investigação apontou que o marido cometeu o crime sozinho. Não foram encontrados indícios de que outra pessoa tivesse auxiliado.
Em fevereiro desse ano, César foi denunciado pelo Ministério Público. O promotor Bruno Amorim Carpes, entendeu que o crime foi cometido por motivo torpe, com emprego de meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da mulher e por razões da condição do sexo feminino da vítima (feminicídio). Ele também foi denunciado por constrangimento ilegal aos quatro alunos que estavam no local e por possuir e manter arma e munição sem permissão.
O crime
No dia 31 de agosto de 2017, por volta das 19h, o assassino, que possuía a chave do local, invadiu a Paróquia Nova Estância, em Estância Velha e durante a aula de catequese rendeu Elaine e quatro alunos - três mulheres e uma criança. Armado e usando capacete, ele amordaçou e amarrou as vítimas. A professora ainda teve os olhos vendados e os punhos amarrados com anilhas plásticas.
Ela foi levada até o banheiro onde foi espancada com golpes no rosto e no tórax. Em seguida, o assassino enrolou um laço de corda no pescoço da vítima e a asfixiou até a morte.
De acordo com as investigações, o casal ainda morava na mesma casa, mas estava em processo de separação. Elaine queria o divórcio e, César não queria partilhar o patrimônio comum do casal, por isso teria decidido cometer o assassinato.