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Uma investigação da Polícia Civil confirma mais um assassinato encomendado por um tribunal onde criminosos decidem quem pode vender drogas em Caxias do Sul. Lucimar de Paula Santos, 36 anos, conhecido como Preguinho, teria sido executado por insistir em atuar no bairro Santa Fé. De acordo com a Operação Fratelli, que resultou no indiciamento de 14 homens investigados por associação criminosa, o tráfico naquela região seria domínio da facção que comandava a galeria A da Penitenciária Estadual, no Apanhador.
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O assassinato ocorreu em 7 de fevereiro deste ano e a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa indiciou Everton Bernardes da Silva, 19, pelo crime. Silva é procurado desde o dia 6 de abril e não está confirmado se ele tem relação com a facção.De acordo com a investigação, Preguinho possuía extensa ficha criminal e era conhecido por vender drogas no Santa Fé. A desavença com Silva seria uma disputa pelo tráfico. O suspeito teria ameaçado Preguinho mais de uma vez, avisando que o homem estava proibido de vender drogas no bairro.
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No dia do crime, Silva foi visto em frente à casa da vítima às margens da RSC-453 (Rota do Sol). Ele segurava um revólver e estava acompanhado de uma familiar. Quando Preguinho chegou, por volta das 18h30min, testemunhas ouviram cinco tiros e, na sequência, avistaram Silva e a familiar correndo em direção a um beco. Atingido no pescoço e na cabeça, Preguinho morreu no local.
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Esta é a segunda vez que Everton da Silva é indiciado por homicídio. Em 19 de julho do ano passado, o rapaz foi preso em flagrante pelo assassinato de Edson Machado da Cruz, 35, em uma casa da Rua Francisco Boniatti, no bairro Planalto. Silva foi encontrado no Hospital Pompéia, após ter sido baleado na perna.
Na época, o rapaz confessou a autoria do crime, mas alegou legítima defesa. Um adolescente de 13 anos, que acompanhava Silva, foi apresentado como testemunha da desavença na polícia. O relato é de que Cruz seria um traficante e os dois jovens teriam ido até sua casa para comprar drogas. Os três teriam consumido entorpecentes até que, subitamente, Cruz ficou violento e sacou um revólver.
Silva afirmou que foi atingido na perna, mas conseguiu reagir e tomar o revólver do traficante. Então, em legítima defesa, atirou e matou Cruz. O relato, no entanto, não evitou a prisão em flagrante do suspeito e, dias mais tarde, o seu indiciamento e a decretação da prisão preventiva.
O adolescente de 13 anos não teve participação comprovada no crime e foi liberado mediante presença de um responsável. O jovem desapareceu menos de um mês depois e o corpo dele foi encontrado com um tiro na cabeça no interior de Caxias. Durante a Operação Fratelli, um vídeo da execução do adolescente foi encontrado pela Polícia Civil. De acordo com aquela investigação, a morte foi ordenada porque a facção acreditava que o adolescente tinha furtado drogas do bando após uma prisão em flagrante da BM.
Após a prisão em flagrante, Silva deu entrada no Presídio Regional, a antiga Penitenciária Industrial (Pics), e permaneceu em cela de isolamento por incompatibilidade com outros presos. Em 16 de agosto, o investigado foi levado para a Penitenciária Estadual, no Apanhador. A transferência foi solicitada pelo apenado e autorizada pelas direções de ambas as casas. A prisão preventiva de Silva foi revogada em 18 de janeiro deste ano, após ser pronunciado no processo sobre a morte de Cruz.
Menos de um mês depois, em 9 de fevereiro, Silva foi baleado durante um tiroteio na Zona Norte da cidade.