Entre os objetivos apontados pela nova gestão da Secretaria Municipal de Segurança Pública de Caxias do Sul está "garantir iluminação pública moderna e eficiente, com grande capacidade luminosa e menor custo". A promessa atende um antigo problema da comunidade, que sofre ao utilizar paradas de ônibus e ruas mal iluminadas. No entanto, a partir de reclamações da comunidade, o Pioneiro encontrou locais de iluminação precária que facilitam ações criminosas, como roubos a pedestres e arrombamentos no comércio.
Um dos prejudicados é o empresário Osmar Menegat, o Kiko, que teve sua lancheria arrombada duas vezes no mês passado. O caso chama a atenção por ter ocorrido na Rua Doutor Montaury, no Centro, em frente a sede do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) da Serra. Os ladrões aproveitaram a escuridão gerada pelo abrigo da parada de ônibus, que bloqueia a luz dos postes.
– Enquanto as lâmpadas da parada funcionavam, não tinha problema. Só que queimaram e ninguém faz nada. Foram dois arrombamentos neste mês, mas o problema persiste desde agosto do ano passado. Fiz quatro protocolos com a administração antiga e dois com a atual – aponta Kiko, que atua há 16 anos no mesmo endereço.
Nos ataques recentes, os bandidos levaram carteiras de cigarros e trocados, na maioria moedas, que estavam no caixa. O prejuízo maior é para o conserto da grade de proteção. Os arrombadores utilizaram um pé de cabra para forçar e quebrar a estrutura. As câmeras de monitoramento da rua flagraram a movimentação criminosa, porém a escuridão impediu qualquer identificação dos ladrões e suas roupas.
O empresário aponta que recorre à prefeitura desde agosto do ano passado e a resposta é que não há uma empresa contratada para fazer o serviço. A troca de lâmpadas em paradas de ônibus é responsabilidade da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade.
– Não estamos fazendo, pois não há lâmpada. Havia um contrato em que o serviço era feito em troca de publicidade nas próprias paradas. Só que o acordo expirou e a nova licitação deu deserta. Ninguém se propôs assumir. O que estamos fazendo é encaminhar alguns pedidos para o setor de compras – explica o secretário Cristiano de Abreu Soares, que ainda aponta o vandalismo e os furtos de calhas e fios como um agravante da situação.
Para tentar não atrair ladrões, Kiko parou de vender cigarros em sua lancheria