Alunos do 7º ano da Escola Estadual de Ensino Básico Luiz de Camões - turma da adolescente Marta Avelhaneda Gonçalves, 14 anos, que morreu dentro da sala de aula - serão intimados a prestar depoimento a partir desta segunda-feira, na 1ª Delegacia de Polícia, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana.
O delegado Leonel Baldasso, que pretende ouvir pessoalmente as testemunhas do caso, também quer colher o depoimento dos socorristas do Samu que prestaram atendimento à adolescente na tarde da última quarta-feira. Após o laudo pericial indicar a causa da morte por estrangulamento, não resta dúvida para a polícia que Marta foi vítima de homicídio.
Leia mais:
Duas adolescentes devem responder por morte em sala de aula
Laudo contradiz versão de envolvidas em morte
VÍDEO: "Os pais tinham de ser responsabilizados", diz pai de menina morta
VÍDEO: adolescente morta em briga em escola de Cachoeirinha é velada
Estudante morre após briga em Cachoeirinha
Adolescente morta em briga sonhava em ser médica
A briga teria ocorrido na troca de turno, quando não havia professor dentro da sala. Em princípio, a escola não será responsabilidade criminalmente. A expectativa de Baldasso é concluir o relatório de investigação – chamado oficialmente de Procedimento Especial de Adolescente Infrator – até sexta-feira.
– Estou dando prioridade máxima ao caso. É um fato inédito aqui na delegacia, pois envolve meninas muito jovens, que acabaram de sair da infância. Mesmo que o parecer policial não seja definitivo, pois a representação depende do Ministério Público, eu não posso cometer nenhuma injustiça. Estou diligenciando pessoalmente todos os envolvidos. A responsabilidade é grande –avaliou Baldasso.
Até agora, duas meninas de 12 e 13 anos podem ser responsabilizadas pelo ato infracional de homicídio. O envolvimento de uma terceira menina que prestou depoimento na semana passada está descartado. Ela teria acionado a diretora no momento da confusão.
As adolescentes negam que tenham estrangulado Marta. Elas confirmam que houve uma briga, mas dizem que Marta bateu a cabeça e passou mal. Segundo o relato delas, que foi acompanhado pelo Ministério Público, a vítima teria iniciado a briga após reagir a um insulto.
De acordo com o delegado, o médico legista confirmou que as lesões provocadas na vítima foram violentas, pois romperam um músculo do pescoço.
– A lesão foi tão grande que rompeu o músculo. Os envolvidos, por mais que sejam adolescentes, têm de ter noção que atacando o pescoço com tanta força pode levar a morte. Se não houve intenção, assumiram o risco de matar _ concluiu o delegado.