A redução da criminalidade durante a temporada de férias não é um fenômeno atípico, mas evidencia uma questão histórica: o número crescente de registros de crimes contra o patrimônio, roubos e furtos, nas praias do Litoral Norte, e a diminuição dos casos em Caxias do Sul. De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), janeiro e fevereiro tinham uma média de 226 casos cada. No restante do semestre (março, abril, maio e junho), essa média mensal subiu para 337. A diminuição nos crimes de furto é menor, são 16 casos a menos.
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Porém, a opinião das autoridades policiais é que estes crimes não deixaram de ocorrer, apenas mudaram de endereço. O deslocamento de suspeitos de crimes é comprovada no trabalho diário da Polícia Civil.
– Muitas vezes, procuramos acusados, testemunhas e até vítimas para intimações e outros procedimentos e não encontramos por estarem no Litoral. Temos consciência de que pessoas que têm envolvimento em um crime, como furto, roubo e tráfico, acabam mudando seu "campo de trabalho" para as praias – afirma o delegado Rodrigo Duarte, da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD).
Este é o motivo da realização da Operação Golfinho, que desloca brigadianos, policiais civis e bombeiros até o Litoral. Para o verão 2016/2017, a estratégia da SSP chega à 47ª edição.
– Existe esta migração (do crime) e a relação é clara (entre cidade e Litoral). Por isso, existe esta mobilização da BM e uma troca constante de informações entre as agências de inteligência – destaca o major Ribas, comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM).