Elucidar as motivações do crime e identificar os algozes de Shaiene da Silva Machado, de 17 anos, morta a tiros e arrastada por cerca de 60 metros na terça-feira, no limite entre os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, em Porto Alegre, são os desafios da Polícia Civil. Os agentes se debruçam sobre provas como imagens e depoimentos enquanto esperam os laudos periciais.
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O que se sabe até agora sobre a execução, segundo o delegado da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre, Adriano Melgaço, é que foi realizada por duas pessoas, em uma ação que durou menos de 10 segundos. Uma das linhas de investigação seguidas pela polícia, principalmente pela forma como se deu o crime, é a execução tenha ligação com o tráfico de drogas.
– Pode ter ligação com grupos de tráfico. Eles sempre têm execuções com esse tipo de modus operandi – disse. – Ainda não temos os laudos periciais, então, preliminarmente, podemos dizer que foram 17 tiros na cabeça e três no tronco. A ação foi muito rápida – complementou Melgaço.
Embora afirme não ter identificado os criminosos, o delegado salienta que, mesmo se soubesse quem são, não poderia prendê-los. Isso porque o artigo 236 do Código Eleitoral veda a prisão de eleitores desde os cinco dias anteriores ao pleito até 48 horas depois do encerramento da eleição, salvo nas hipóteses de flagrante delito, sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou por desrespeito a salvo-conduto.
O caso
Shaiene foi brutalmente assassinada por volta das 21h30min de terça-feira, no limite entre os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, em Porto Alegre. Alvejada na esquina da Rua Barão do Gravataí com a Travessa Pesqueiro, ainda foi arrastada por cerca de 60 metros após parte do corpo ou da roupa engatar debaixo do carro dos atiradores – um Gol escuro que passou em cima da vítima de ré. Câmeras de monitoramento da rua registraram a ação. Na cena do crime, foram encontrados estojos de munições de calibre 380 e 9mm.