A forma brutal como a jovem Shaiene da Silva Machado, 17 anos, foi executada na noite desta terça-feira, no limite entre os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, em Porto Alegre, impressionou a polícia.
De acordo com o delegado da 2ª DHPP, Adriano Melgaço, já se sabe que pelo menos 17 tiros foram disparados contra a adolescente. Boa parte dos disparos a atingiu no rosto e pelo menos três foram pelas costas. Na cena do crime, foram encontrados estojos de munições de calibre 380 e 9 mm.
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A vítima teria sido abordada na esquina da Rua Barão do Gravataí com Travessa Pesqueiro, onde foram efetuados os tiros. Em seguida, ela teria sido arrastada por cerca de 60 metros pela Barão do Gravataí até a esquina com a Múcio Teixeira, onde o corpo foi abandonado.
– Foi um delito com utilização de brutalidade, tendo em vista a quantidade de tiros que chegaram a atingir o rosto da vítima e por a cena indicar que ela pode ter sido arrastada após a morte – avaliou.
Imagens captadas por câmeras de segurança e divulgadas pela polícia apontam que, após ser alvejada por disparos de arma de fogo, Shaiene foi atropelada pelo carro dos criminosos, um Gol de cor escura. O corpo da adolescente ficou preso à parte traseira do veículo, e acabou arrastado por cerca de 60 metros. Ainda não se sabe quantas pessoas participaram da execução.
Algumas testemunhas já prestaram depoimento. Parentes da vítima também foram ouvidos na manhã desta quarta-feira, mas sem nenhuma contribuição significativa à investigação.
O que se sabe por enquanto é que a família seria moradora do bairro Santa Tereza, na Vila Cruzeiro, mas o pai já morreu e o paradeiro da mãe não está claro.
Motivação é incerta
Para o delegado Adriano Melgaço, a motivação só será esclarecida com o andamento das investigações. Todas as possibilidades são consideradas no primeiro dia de apuração. A adolescente tinha antecedentes infracionais por tráfico de drogas e desacato.
– Nós não temos como descartar nada por enquanto. Pode ser desde um acerto de contas, levando em consideração a passagem policial que ela tinha, quanto dívida ou vingança. Mas só a investigação poderá esclarecer.