A ação de vandalismo na Escola Estadual Erico Verissimo, no bairro Jardim Carvalho, zona leste de Porto Alegre, causou problemas maiores do que prejuízo financeiro à instituição. Por causa do crime cometido em julho, os cerca de 500 alunos só poderão retornar às classes na próxima semana. A estimativa da direção é de que na segunda-feira (15) o colégio possa receber os estudantes, 15 dias depois do início do calendário escolar.
Nesta quarta-feira (10), segue a mobilização de professores e funcionários para a reconstrução do ambiente escolar. Conforme a diretora, Silvia Fatturi, um mutirão é feito na biblioteca, para que os livros que ficaram sujos pelo pó dos extintores de incêndio possam ser colocados limpos nas prateleiras.
Por causa da destruição, foi repassado cerca de R$ 150 mil para a retomada da rotina da escola. A diretora diz ainda não saber se a quantia será suficiente para consertar todo o estrago. De acordo com Silvia, falta ainda instalar novas câmeras, colocar portas, espelhos, vidros de janela e comprar itens que foram roubados, como notebooks, caixa de som e scanner.
"Estamos trabalhando muito, embora acreditemos que a escola nunca mais será a mesma. Parte do dano não será possível recuperar, como o número de computadores que tínhamos", considera Silvia.
A merenda da instituição havia sido quase toda desperdiçada pela ação dos bandidos. Parte foi comprada com verba da escola. Taxistas de um grupo intitulado "20&Correria" também se mobilizaram e entregarão donativos para a escola na próxima semana.
Depredação
A depredação da Erico Verissimo foi constatada no dia 18 de julho. Pelo menos 30 das 40 salas foram atacadas. As férias dos alunos foram antecipadas, por que o local havia ficado inacessível
Os cinco adolescentes responsáveis pelo vandalismo foram apreendidos. Todos foram levados ao Departamento da Criança e Adolescente da Polícia Civil.
Os adolescentes têm idades entre 13 e 16 anos, e eram alunos . Os atos infracionais identificados pela polícia são: depredação de órgão público e furto. Segundo a polícia, o motivo do vandalismo teria sido vingança. Eles teriam recebido advertência da direção por invadirem a escola em ocasiões anteriores.
Fechada pelo tráfico
A instituição já havia fechado as portas várias vezes este ano por causa dos tiroteios promovidos pelo tráfico de drogas desde novembro do ano passado, como mostraram reportagens da Rádio Gaúcha. Em março, moradores gravaram vídeo de uma troca de tiros que durou 20 minutos.