Assassinado pelas costas por, possivelmente, negar-se a entregar um telefone celular, Valdoní Carvalho da Rosa costumava dizer aos familiares e amigos que não admitia covardia. Também sempre fez questão de deixar claro que reagiria caso fosse assaltado, o que reforça a teoria da Polícia Civil de que houve confronto físico entre vítima e criminosos.
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Conforme a investigação, o pedreiro de 59 anos teria tentado fugir a pé de três ciclistas que o abordaram na Rua 20 de Setembro, bairro Estação Portão, em Portão, no Vale do Sinos, na noite de segunda-feira, a poucas quadras da sua casa. Ao correr com o aparelho, que nem seu era, na mão, foi alvejado com dois tiros. A vítima chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas morreu a caminho do hospital.
– Ele sempre dizia: se alguém me assaltar, não vou entregar o que é meu – comentou a esposa Belanir Terezinha Garghetti, de 49 anos, dizendo acreditar que o marido tenha desobedecido ordens dos assaltantes.
O aparelho que custou a sua vida era de um amigo, pois ele não possuía celular. Sua intenção era aproveitar o restante da noite em uma de suas atividades preferidas: assistir a jogos de futebol em uma lancheria do bairro, programa que costumava fazer acompanhado da esposa:
– Eu estava com a minha mãe no hospital, por isso não fui com ele – contou.
Valdoní será enterrado no Cemitério Católico São José, do bairro Estação Portão, às 8h de quarta-feira. O velório ocorre na Capela Caridade, no mesmo bairro. Ele deixa, além da esposa, quatro filhos de outro casamento e seis netos.
– Era amado demais, uma pessoa maravilhosa. Não tinha inimigos. Foi um pedaço de mim que morreu – disse a esposa.
Conforme o titular da Delegacia de Polícia de Portão, delegado Ivair Matos, os criminosos fugiram e ainda não foram localizados.
– Estamos naquelas investigações iniciais, então, qualquer coisa que eu fale pode atrapalhar. Mas já temos suspeitos – comentou, ressaltando o receio da comunidade de fornecer informações por medo de represálias.
Além de tratar o caso como latrocínio (roubo com morte), o delegado acredita que tenha havido luta corporal:
– Tudo indica que a vítima reagiu – finalizou.