Escutas telefônicas, feitas com autorização da Justiça, revelam que Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, negociou compra de fogos de artifício, que seriam usados em manifestações contra a Copa do Mundo. Além da Elisa, outros 15 ativistas adeptos da tática black bloc também tiveram as prisões temporárias decretadas pela 27ª Vara Criminal . Todos eles são acusados de promover atos de vandalismo durante manifestações que aconteceram na cidade.
Sininho foi detida na manhã deste sábado (12), em Porto Alegre. A informação foi confirmada pelo diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Eduardo de Oliveira Cesar. A Polícia Civil gaúcha deu apoio à operação coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A prisão de Sininho ocorreu por volta das 6h. A ativista estava na casa do namorado, no Centro Histórico da Capital gaúcha. Sininho vinha sendo investigada desde o episódio que resultou na morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da TV Bandeirantes, em fevereiro deste ano.
O chefe de polícia do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, concedeu entrevista coletiva na capital fluminense sobre a operação que resultou na prisão de acusados de atos de vandalismo na cidade. Veloso disse que a ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi comandava as manifestações no Rio, que resultaram em atos de vandalismo. O delegado também disse que os mandados foram cumpridos neste sábado porque interceptações telefônicas indicavam que novos atos de vandalismo estavam programados para amanhã (13) no Rio, antes da final da Copa do Mundo. Foram apreendidos com os presos explosivos, máscaras, armas de choque e drogas. Conforme o chefe de polícia do Rio, os presos já teriam combinado com integrantes de torcidas organizadas do Brasil para atacar os torcedores argentinos que estivessem nas imediações do Maracanã.
Os presos na operação deste sábado foram levados à Cidade da Polícia, no Jacaré, na zona norte do Rio de Janeiro. No local, amigos dos ativistas tentam descobrir mais informações sobre a prisão e acionam advogados. Eles afirmam que as prisões foram motivadas por perseguição política, com o objetivo de inibir a realização de manifestações no entorno do Maracanã, programadas para domingo, último dia da Copa do Mundo.