Depois de quatro meses sem carro, Liliane Cristina da Silva conseguiu, enfim, retirar nesta quarta-feira seu Chevrolet Ágile do depósito Mauá, em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos. O pedido de liberação foi expedido pelo delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Novo Hamburgo, Nauro Marques, que solicitou uma última perícia nessa terça-feira.
- Segundo o perito, não havia nenhuma irregularidade no carro. Com isso, determinei a liberação do automóvel - afirma Marques, acrescentando que o laudo da perícia e o depoimento da vítima serão encaminhados nesta semana para a Justiça. Ele afirma que ouve excesso de zelo por parte da Polícia Civil, que demorou para tomar as precauções cabíveis.
Segundo Liliane, o carro sofreu alguns arranhões e teve um pneu e o step trocados. Nada que a deixe triste:
- Acabou a preocupação. Estou tranquila porque agora pagarei por algo que realmente estará comigo - diz Liliane que, mesmo com o carro no depósito, continuava desembolsando R$ 1.275 mensais para quitar as prestações do Ágile comprado em 2012.
Quando a Polícia Civil recuperou o carro, nove dias depois que Liliane foi assaltada, ela foi informada que, como o mesmo era prova criminal - pois foi usado para praticar crimes por uma quadrilha - , ela teria que pedir a liberação do veículo na Justiça. O juiz substituto da 3ª Vara Criminal de Novo Hamburgo, Alexandre Kosby Boeira, afirma que a demora na resolução do caso se deu a partir da forma do pedido.
- O caso foi registrado na Vara Cível, e não na Vara Criminal, que seria o correto. Eu não recebi nenhum pedido de liberação - afirma Boeira, que ficou sabendo do caso somente nesta segunda-feira, quando recebeu ofício da Vara Cível. Segundo o próprio, o veículo não interessa mais ao processo, visto que o carro não foi objeto de adulteração.
Entenda o caso
Na tarde do dia 6 de maio, Liliane foi assaltada em frente ao trabalho, na rua Campina Verde, no bairro Sharlau, em São Leopoldo. Ela foi levada junto com seu carro Ágile 2012, sendo deixada pelo assaltante quilômetros depois. No mesmo dia, registrou boletim de ocorrência e acionou o seguro do automóvel. No dia 23 de maio, quando chegou de férias do nordeste, encontrou em sua caixa de correio uma correspondência do Detran. Nela, constava a informação de que seu carro havia sido recuperado em uma blitz em Novo Hamburgo, no dia 15 de maio.
No dia seguinte, seu marido Flademir Luís da Silva, se dirigiu ao Depósito Mauá, em Novo Hamburgo, para retirar o carro. Lá, foi informado de que deveria comparecer à 1ª DP de Novo Hamburgo. Descobriu que, como o automóvel havia sido usado para praticar delitos por um grupo, deveria acionar a Justiça para retirar o veículo. Silva entrou com processo na 4ª Vara Cível de Novo Hamburgo no dia 5 de junho, mas nada havia sido resolvido até hoje.