No começo de 2012, uma avalanche de cobranças desabou sobre a Fundação de Atendimento Socieducativo (Fase).
Falhas estruturais e nos serviços de saúde apontados pelo Ministério Público e pelo Judiciário ganharam ênfase com a publicação por Zero Hora, em janeiro, da série Meninos Condenados. As reportagens revelaram que a Fase era impotente para recuperar jovens infratores, baseadas em um levantamento que mapeou a trajetória de 162 deles a partir de 2002. O grupo estava internado na Comunidade Socioeducativa (CSE) - a unidade com adolescentes de perfil mais agravado.
Sob pressão, autoridades estadual e federal, elencaram prioridades para melhorias no atendimento. Mas, passado mais de um ano, o cenário desalentador pouco se alterou. O destino prioritário dos adolescentes retratados por ZH segue sendo, como adultos, a prisão ou a morte, e a maioria das promessas não foi cumprida (veja quadros).
De um conjunto de oito medidas, apenas uma se concretizou por completo - a redução de uso de psicotrópicos para "acalmar" os jovens que viviam no ócio. A aplicação de medicação psiquiátrico, considerada abusiva, é alvo de um processo de apuração de irregularidade pela 2ª Vara do Juizado Regional da Infância e Juventude da Capital.
Meninos condenados
Medidas para melhoria do atendimento de adolescentes da Fase seguem no papel
Um ano depois de Zero Hora mostrar cenário desalentador de jovens infratores, apenas uma de oito promessas foi cumprida integralmente