Homossexual assumido, um adolescente de 15 anos viveu, em três semanas, um dos maiores dramas de sua vida. Trocou de escola, foi rejeitado por colegas, denunciou agressão física e teve de ir embora do colégio que havia escolhido para cursar o Ensino Médio. O caso, ocorrido em Santo Ângelo, nas Missões, virou ocorrência policial e chamou a atenção de ativistas.
Transferido de outra cidade, o adolescente foi matriculado no Colégio Estadual Onofre Pires. Mas já nos primeiros dias de aula, teria sofrido preconceito por parte dos colegas. Na terça-feira passada, disse que não tinha medo das ofensas e teria sido agredido por outro aluno, também de 15 anos.
- É uma situação tão difícil que temos medo de expô-lo ainda mais - afirmou a mãe do menino.
Além de registrar ocorrência policial, acompanhado da direção da escola, o adolescente fez mais. Enviou mensagem de desabafo à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGBLT).
- A maturidade dele de relatar a situação e pedir ajuda nos comoveu. É preciso denunciar para que casos como este deixem de acontecer - diz Toni Reis, presidente da associação.
Em até 30 dias, a delegada Elaine da Silva, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, deve concluir a investigação e remetê-la ao Ministério Público.
Contraponto
Fátima Perius, vice-diretora do Colégio Estadual Onofre Pires, afirma que o menino faltou a aula na quarta-feira e, na quinta, os pais foram pedir a transferência. Segundo Fátima, houve uma conversa com os pais que, em nenhum momento, reclamaram da escola.
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