A revelação de um caso envolvendo suspeita de exploração sexual, aliciamento e cooptação de adolescentes por parte de um conselheiro tutelar na zona leste de Porto Alegre, no final do mês passado, acabou deixando em situação de risco um colega do suspeito que não tem relação com o episódio.
O conselheiro sob suspeita, cujo nome ainda não é divulgado oficialmente pelo processo correr em segredo de Justiça, foi colocado em férias e depois suspenso por 60 dias pela prefeitura. Ele atuava na unidade localizada na região do bairro Bom Jesus, onde trabalham ainda três mulheres e mais um homem sem qualquer vinculação com as investigações.
O problema é que parte da comunidade está considerando como responsável pelos episódios em apuração o conselheiro sem relação com o caso e que segue exercendo suas atividades.
— Como o suspeito afastado é casado e frequenta igreja, muita gente está pensando que o investigado é o outro, que é um rapaz solteiro. Isso tem deixado ele em uma situação de risco — sustenta o presidente da Corregedoria do Conselho Tutelar, Valmir Júnior Ferreira.
O conselheiro confundido com o verdadeiro suspeito prefere não se manifestar publicamente e pede que seu nome também não seja divulgado no momento por razões de segurança. Nos primeiros dias após o caso se tornar público, o local onde ele trabalha passou a receber proteção extra da Guarda Municipal, mas pessoas da comunidade chegaram a passar pelo local gritando e fazendo ameaças.
— É importante as pessoas saberem que o conselheiro que segue atuando na área da 3ª Microrregião não tem vinculação com a suspeita de exploração sexual, ou ele pode até acabar sendo agredido — alerta Ferreira.