Uma fiscalização realizada pelo Corpo de Bombeiros em parceria com órgãos da prefeitura e a Brigada Militar (BM) interditou três casas noturnas no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, entre a noite de sexta-feira (15) e a madrugada deste sábado (16). Localizados na Rua João Alfredo, os estabelecimentos apresentavam problemas de alvará, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE).
Conforme a pasta, as casas noturnas Margot e Preto Zé reuniam alvarás de bares em "desacordo com a atividade praticada de entretenimento noturno". O outro estabelecimento interditado é a Nuvem, cuja situação estava em "desacordo por não apresentar alvará sanitário", diz a SMDE.
Denominada Operação Sossego, a fiscalização também contou com agentes da Guarda Municipal e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Em nota, a prefeitura declarou que os três estabelecimentos interditados já haviam sido notificados anteriormente pelo Corpo de Bombeiros.
No mesmo comunicado, o coordenador de Promoção Econômica da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SMDE), Luis Steglich, disse que os locais foram fechados por não atenderem aos "requisitos de segurança necessários ao entretenimento noturno".
Contatado por GaúchaZH, o proprietário do Preto Zé, Luiz Carlos Pereira Cimador, relatou que buscará auxílio de arquiteto para fazer mudanças na estrutura do estabelecimento e atender a exigências do Corpo de Bombeiros.
— Tenho alvará de bar dentro do que o decreto pede. Mas a questão é que não liberam mais (o documento) para casas noturnas desde o caso da boate Kiss (em 2013) — menciona o empresário.
GaúchaZH também tentou contato com Margot e Nuvem, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Este texto será atualizado quando os estabelecimentos se manifestarem.
Em mensagem compartilhada em sua conta no Instagram, o Margot comentou que, "em virtude do triste episódio de semanas atrás, as autoridades estão fazendo operações extremas nos bares da João Alfredo". "Por este motivo, ontem nos foi pedido (assim como em outros bares parceiros da rua) para verificarmos alguns itens básicos de operação para podermos reabrir a casa. Estamos desde já em manutenção e tentando nos adequar o mais rápido possível ao que nos foi pedido. Pedimos desculpas pelo inconveniente causado a quem gostaria de apenas curtir nossas festas. Todos os ingressos que foram adquiridos estão sendo automaticamente reembolsados", completa a mensagem do estabelecimento.
Nos últimos anos, a João Alfredo atraiu aglomeração de jovens que resolvem beber e ouvir música ao longo da rua. A situação despertou críticas em série de moradores da região. Em janeiro, três pessoas foram executadas na via. De lá para cá, a Brigada Militar intensificou ações no local.