Começou nesta quarta-feira (15) o processo de transição da gestão do Hospital da Restinga e Extremo-Sul – o Moinhos de Vento deixa o comando da instituição, e quem assume é a Associação Hospitalar Vila Nova. A nova gestão passa a gerir a instituição oficialmente na próxima terça-feira (21), às 7h, e prevê novos serviços. Entre eles, está o funcionamento do laboratório para exames, que deve ajudar a reduzir o tempo de espera na emergência.
Nos últimos dias, pacientes relataram espera de mais de 15 horas para conseguir atendimento no hospital. O Moinhos de Vento atribuiu a demora à mudança nas temperaturas e ao rigor do inverno, que provoca mais problemas respiratórios na população.
O novo diretor-geral do Hospital da Restinga, que assume na próxima semana, Paulo Fernando Scolari, afirma que os funcionários estão sendo treinados a partir de hoje para procedimentos diferentes que devem reduzir a espera pelo atendimento na emergência. Além disso, o funcionamento do laboratório deve ser essencial para a aceleração do atendimento:
— O laboratório vai funcionar 24 horas por dia e já começa um dia antes, na próxima segunda-feira. Atualmente, como não há laboratório, os exames de sangue ou de urina, por exemplo, são levados para outro local. Assim, um exame que demora de seis a oito horas para ficar pronto poderá ter o seu resultado em cerca de duas horas. Isso será importante para diminuir a demora no atendimento — afirma.
O processo de transição ocorre em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, com colaboração de profissionais das duas instituições. Scolari prevê para setembro o início do funcionamento da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de quatro blocos cirúrgicos, além de outros serviços, como ambulatório e pronto-atendimento de traumatologia (aberto 12 horas por dia, seis dias por semana). O número de leitos também será ampliado, de 62 para 111 (divididos entre pediátricos, adultos e UTI), o que também está previsto para setembro. O acréscimo dos serviços consta em edital.
Impasse na Justiça
O começo da gestão estava previsto para 1º de julho, mas atrasou devido a um impasse na Justiça.
Inicialmente, a Cruz Vermelha Brasileira havia somado mais pontos nos requisitos exigidos pelo edital e foi proclamada vencedora. Porém, a Associação Vila Nova, segunda colocada, recorreu alegando que a concorrente estava inidônea junto à prefeitura de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Com a confirmação, a Cruz Vermelha foi desclassificada do processo, e recorreu à Justiça, obtendo liminar em julho.
Na última segunda-feira (13), o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) derrubou a liminar que havia concedido a gestão para a Cruz Vermelha.