Tanto defensores alinhados à visão psiquiátrica quanto ligados ao movimento antimanicomial reconhecem que a epidemia do crack é um dos fatores que alteraram o cenário da saúde mental no país.
Como a eclosão da demanda por internação para dependentes químicos aumentou significativamente após a reforma psiquiátrica, especialistas ainda discutem como enfrentá-la.
- O número de internações por doenças tradicionais vem caindo há 22 anos, mas depois da aprovação da lei veio o crack, por isso vemos tantas famílias apavoradas, não têm onde tratar, e o poder judiciário manda internar em hospitais psiquiátricos. O Brasil ainda não conseguiu construir uma instituição de atenção médica e de saúde mental para a drogadição, seriam necessárias casas especializadas. E sobra para os manicômios - analisa o ex-deputado Marcos Rolim, um dos autores da lei que instituiu a reforma psiquiátrica no Rio Grande do Sul, em 1992.
Cabo de guerra
O que pensam os especialistas sobre o cenário da saúde mental no país
Há consenso sobre a defasagem dos atuais modelo e estrutura de tratamento de saúde mental no Brasil, mas especialistas divergem quanto às soluções