Das 22 Unidades de Pronto Atendimento (Upas) em construção no Estado, dez estão em nove municípios da Região Metropolitana. Levantamento feito pelo DG mostra que, destas, cinco estão com obras atrasadas. Entre as principais causas da demora, alegam as prefeituras, está o atraso no repasse de verbas - tanto do Estado quanto da União.
Construídas e equipadas com recursos federais, as Upas fazem o atendimento intermediário entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as urgências dos hospitais. Abertas 24 horas por dia, têm profissionais e equipamentos para solucionar parte das emergências que chegam à rede pública de saúde.
Ritmo lento
Uma das obras atrasadas está em Alvorada. Embora com 98% da obra pronta, o prefeito Sergio Bertoldi prefere não dar data certa para inaugurar a Upa na Avenida Wensceslau da Fontoura. A prefeitura ainda tem a receber R$ 1 milhão do Estado para a obra, e também faltam recursos para móveis e equipamentos.
O agricultor aposentado José Luis Lopes, 77 anos, que mora quase em frente à obra, diz estar preocupado por não ver mais movimento de trabalhadores.
- Seria um conforto ver funcionando, principalmente para alguma emergência - diz José, que é cardíaco.
Das dez Upas em obras, quatro não têm previsão de inauguração - Esteio, Cachoeirinha, Alvorada e Guaíba - e três devem ficar para 2016 - Gravataí, Novo Hamburgo e Sapucaia do Sul. Só Viamão e São Leopoldo devem estar prontas este ano.
Falta de verbas
Com mais de 250 mil habitantes e dependendo muito da estrutura de saúde da Capital, Viamão precisa urgentemente de mais uma estrutura para atendimento, admite a secretária de Saúde do município, Sandra Sperotto.
Mas, por enquanto, a obra da Upa só está andando devido a recursos da prefeitura. Há um atraso de R$ 1,4 milhão em verbas estaduais e federais e não há previsão de novos repasses.
O andamento das obras
Viamão: Upa porte 3, atraso de cinco meses
* A obra de R$ 5,8 milhões, que deveria ter terminado no final de 2014, está 95% pronta. Há repasses atrasados de
R$ 1 milhão do governo federal e de R$ 400 mil do estadual. A prefeitura prevê que a inauguração deve ocorrer em julho.
Alvorada: Upa porte 2, atraso de quatro meses
* As obras estão 98% prontas, embora o Estado esteja com R$ 1 milhão em repasses atrasados. O valor total da obra é de R$ 2,3 milhões. A inauguração estava prevista para janeiro. Agora, mesmo quase pronta, não tem data para começar a funcionar.
Gravataí: duas Upas porte 2, uma atrasada há cinco meses
* A Upa da Cohab tem atraso de repasse de R$ 1 milhão do Estado. A obra começou em 2014 e está 60% concluída. A inauguração deve ocorrer no primeiro semestre de 2016. A obra da Upa da Morada do Vale começou em abril deste ano. Cada uma está orçada em R$ 2,7 milhões.
Cachoeirinha: Upa de porte 2, atraso de quatro meses
* Em outubro e novembro do ano passado, a obra, com custo de R$ 3,1 milhões, parou por interrupção nos repasses e foi retomada no começo deste ano, em compasso lento. Não há previsão de inauguração.
Esteio: Upa de porte 2, atraso de cinco meses
* Os trabalhos foram paralisados por problemas em um muro. Uma nova licitação foi aberta para viabilizar a retomada da obra, orçada em
R$ 2,6 milhões. Não há previsão de inauguração.
São Leopoldo: Upa de porte 3, obra concluída
* Está concluída, e o município conseguiu R$ 1 milhão do governo federal para equipá-la. A unidade, orçada em R$ 5 milhões, deverá fazer 450 atendimentos por dia. Deve inaugurar em agosto.
Sapucaia do Sul: Upa de porte 2, obra em dia
* Orçada em mais de R$ 3 milhões, está com 60% da obra concluída. A previsão é de que a inauguração ocorra em 2016.
Novo Hamburgo: Upa de porte 2, obra em dia
* É a segunda do município, orçada em R$ 4,6 milhões. A previsão é de que a obra, iniciada em dezembro de 2014 e 30% concluída, seja entregue no primeiro trimestre de 2016.
Guaíba: Upa de porte 2, obra em dia
* Orçada em R$ 3,2 milhões, a obra está 48% pronta. A prefeitura afirma que prevê concluir o prédio até o fim do ano, porém, não dá data para inauguração.
Saúde
Upas na Região Metropolitana de Porto Alegre estão com obras atrasadas
Levantamento do Diário Gaúcho constatou que três das cinco Unidades de Pronto Atendimento em construção têm atraso de cinco meses na entrega
Jeniffer Gularte
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