O reajuste salarial de 8,17% aos servidores municipais de Porto Alegre, oferecido pela prefeitura da Capital, é a proposta final do Executivo, mesmo com o anúncio, nesta quinta-feira, de greve da categoria a partir do dia 20 de maio. O vice-prefeito, Sebastião Melo, ressaltou que não há condições de conceder os 9,44% pedidos pelos municipários, que correspondem às perdas salariais, o IPCA integral e ganho real, totalizando 20%.
- A mesa de diálogo tem de acontecer dos dois lados. Estamos dispostos a discutir, conforme a saúde financeira do município. Acima da inflação, não há condições. Queremos que o servidor ganhe bem, tenha estabilidade e plano de saúde, mas a cidade é maior do que isso - afirma Melo.
Em assembleia na Casa do Gaúcho, os servidores rejeitaram a oferta da prefeitura e anunciaram a greve para a próxima quarta-feira. Na manhã de ontem, eles se reuniram em frente ao prédio da administração municipal, no centro de Porto Alegre, e questionaram um aumento dado somente aos funcionários da Secretaria Municipal da Fazenda.
O prefeito José Fortunati chegou a emitir uma nota e criticar a "forma radical" de negociação: "Surpreende, a forma radical com a qual a representação do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) estabeleceu uma paralisação e, o que é mais grave, de maneira unilateral, impedindo os servidores que desejam permanecer em atividade de acessarem os locais de trabalho, prejudicando os serviços à população. Vale ressaltar que os servidores municipais de Porto Alegre estão entre os mais bem remunerados do país."
- É importante que se diga: ninguém foi pego de surpresa. E a indicação é de radicalização da luta - rebateu Carmen Padilha, diretora de Comunicação do sindicato.
As principais exigências do Simpa
- Reajuste salarial de 9,44% referente às perdas salariais, o IPCA integral e ganho real, totalizando 20%;
- Reajuste do vale alimentação para R$ 23, extensivo aos aposentados(as);
- Cumprimento da Lei nº 11.080 que prevê o reajuste do piso salarial, imediatamente à alteração do salário mínimo;
- Implantação de um plano de carreira com isonomia salarial, que não retire direitos e garanta ascensão funcional para toda a categoria;
- Ampliação do aporte financeiro para os planos de saúde para garantir o atendimento de toda a categoria, estendendo aos dependentes;
- Realização de concurso público para todos os níveis e nomeação imediata para os cargos vagos;
- Criação de uma política habitacional para os(as) municipários(as), priorizando o desconto em folha.