Não houve interessados na compra de uma casa de praia do ex-deputado federal e atual prefeito de Cachoeira do Sul, José Otávio Germano (PP), que foi leiloada nesta terça-feira (12) com lance mínimo de R$ 1,1 milhão para ressarcir danos à Petrobras.
O imóvel fica na praia de Atlântida, em Xangri-lá, no Litoral Norte. Na próxima quinta-feira (14), ocorre um segundo leilão. O lance mínimo será de R$ 940 mil.
Nos últimos dias, a defesa do ex-parlamentar e também um locatário da casa pediram à Justiça Federal do Paraná a suspensão do leilão, mas os pedidos foram indeferidos pelo juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba.
O advogado de José Otávio, Márcio Ramos Lisboa, alega que o imóvel está subavaliado — valeria em torno de R$ 4 milhões — e também que não concorda com a venda antes de eventual condenação do ex-parlamentar na ação de improbidade a que responde decorrente da Operação Lava-Jato.
José Otávio teve bens bloqueados em processo movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Petrobras no qual ele é, entre outros, acusado de enriquecimento ilícito por supostamente ter recebido propina mensal que seria paga por empreiteiras que se beneficiariam de licitações da Petrobras.
À época, em 2017, a Justiça Federal estimou que o enriquecimento ilícito do ex-deputado federal, entre 2006 e 2012, teria sido de R$ 2,5 milhões com o recebimento de suposta propina e de doações. Com a aplicação de multa em valor máximo, o juiz determinou o bloqueio de bens de José Otávio em R$ 10 milhões para reparação de danos causados à Petrobras. Este imóvel na praia foi oferecido à Justiça pela defesa de José Otávio na época.
Conforme o edital do leilão, o comprador terá de arcar com débitos fiscais do imóvel. Uma das dívidas é de IPTU, que está sem pagamento desde 2013. O valor total até fevereiro era de R$ 102,5 mil. Também há sobre o imóvel uma penhora decorrente de uma ação cível que tramita no Estado.