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O processo de impeachment contra o prefeito afastado de Cachoeirinha, Miki Breier, deu mais um passo na Câmara de Vereadores. Nesta quarta-feira (15), foi aprovado o parecer do relator Felisberto Xavier (PSD), que recomendou a sequência das investigações.
O pedido de impeachment tem como base investigação do Ministério Público (MP) que aponta suposto pagamento e recebimento de propina entre agentes públicos da gestão de Breier, incluindo ele próprio, e empresários em contratos firmados pela prefeitura. Ele está afastado do cargo desde 30 de setembro, quando foi deflagrada a Operação Proximidade.
Como o ano legislativo terminou, o presidente da Casa deve marcar uma sessão extraordinária para votar o relatório da comissão processante em plenário. Em caso de aprovação, o processo é instaurado, testemunhas são ouvidas, além do próprio prefeito, e são reunidas provas pela Comissão Processante, formada pelos vereadores presidente David Almansa (PT), Felisberto Xavier (PSD) e Paulinho da Farmácia (PDT). O prazo para conclusão do relatório final é de 90 dias. Em caso de aprovação, vai a plenário.
Para que o prefeito sofra o impeachment, são necessários dois terços dos votos — dos 17 vereadores, 12 precisariam votar a favor do afastamento. O vice-prefeito Maurício Medeiros, que está como interino, assumiria a prefeitura de forma definitiva.
A base do governo de Miki Breier, que contava conta com 12 dos 17 vereadores na Câmara Municipal, agora está dividida. O prefeito afastado já enfrentou outros dois processos de impeachment, ambos com vitória e manutenção no cargo.
Procurado, Miki Breier disse que iria se manifestar por meio do advogado André Lima. "A política em Cachoeirinha demanda amadurecimento, pois a sociedade precisa que a cidade evolua, vide os belos exemplos de crescimento de Canoas e Gravataí. Desse modo, seja porque advogado deve falar escrito nos autos, seja pelo dever de cooperação que me cabe, por ora, como diria o antigo Ministro da Justiça, Armando Falcão: 'nada a declarar'", disse Lima.