Em entrevista ao canal GloboNews, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a pressão de empresários para a retomada das atividades ante as medidas de distanciamento social tomadas para controlar a pandemia de coronavírus.
Nesta quinta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro recebeu um grupo de empresários do setor da indústria no Palácio do Planalto e foi com eles até o Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhado do ministro da Economia Paulo Guedes, para levar as demandas deles pela flexibilização do distanciamento em Estados e municípios. Logo depois, Bolsonaro editou um decreto colocando indústria e construção civil entre as atividades essenciais do Brasil.
— Eu prefiro (o governante) que tome a decisão de forma racional, que não aceite pressões de nenhum setor. Uma decisão de flexibilização que não esitver relacionada à pressão de setores ad economia, mas de decisões técnicas e científicas. (...) O que não pode é o setor produtivo, muitas vezes, e eu entendo a preocupação, acabar gerando uma pressão que vai gerar um aumento maior do número de mortes no Brasil. Isso não é correto, é quase criminoso — afirmou o presidente da Câmara.
Nesta quinta, o Brasil superou a marca de 9 mil óbitos provocados pelo coronavírus e mais de 135 mil casos confirmados. O presidente da Câmara também foi questionado sobre os 30 pedidos de impeachment que estão para análise na casa legislativa
— É muito difícil que eu, como presidente da Câmara, que eu fique colocando opiniões sobre esses temas. Porque no final eu vou ser o juiz, sou eu quem vai deferir ou indeferir o pedido de impeachment. Eu acho que esse assunto não deve estar na ordem do dia hoje, não deve estar na pauta de hoje, e se Deus quiser não estará na pauta nos próximos anos. Para o Brasil é muito melhor que a gente consiga normalizar as relações e construir pontes — declarou.