A edição da revista Veja desta semana traz reportagem que revela o resultado de uma sindicância feita no Planalto para apurar eventuais irregularidades cometidas por Rosemary Noronha durante o período em que atuou no gabinete da Presidência da República em São Paulo.
No resultado da apuração estaria a recomendação para que a ex-servidora seja investigada por suspeitas de enriquecimento ilícito.
A investigação da Casa Civil foi aberta, segundo a reportagem, depois de Rosemary ser indiciada pela Polícia Federal por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva na operação Porto Seguro.
Técnicos comandados pela Casa Civil teriam rastreado anormalidades na evolução patrimonial de Rose e recomendado que ela seja investigada por enriquecimento ilícito. Segundo a revista, um processo administrativo já tramita na Controladoria-Geral da União.
A investigação do Planalto teria apurado que Rosemary desvirtuou as funções do cargo, sempre procurando se beneficiar e obter vantagens pessoais. Na rotina de Rosemary estaria, por exemplo, o uso do carro oficial da presidência para ir a médicos, restaurantes e transportar as filhas e amigos.
Segundo Veja, subordinados foram ouvidos na apuração dos técnicos da presidência e teriam revelado uma rotina de humilhações praticadas pela ex-servidora. Também chamaram a atenção dos investigadores os registros de uma viagem à Itália em 2010.
A sindicância teria reunido documentos mostrando que Rosemary foi recebida com honras de chefe de Estado na embaixada brasileira em Roma. A investigação apurou que a ex-chefe de gabinete não estava a trabalho. Por esse motivo, a passagem dela por dependências diplomáticas estaria sendo considerada apropriação de patrimônio público.
Agendas e mensagens eletrônicas foram analisadas e mostrariam que Rose tratava desde pedidos para a obtenção de ingressos para shows a assuntos envolvendo cifras milionárias e nomeações de cargos para altas funções. Tudo sob suposto aval da relação íntima que teria com o ex-presidente Lula.
Ainda segundo a Veja, Rosemary estaria revoltada com o fato de estar sendo investigada pelo próprio governo e ameaçaria contar segredos envolvendo o PT e antigos companheiros.
O fato de Rosemary ter trocado os defensores seria um indicativo de que prepara contra-ataque. Conforme a Veja, ela substituiu a banca de advogados petistas por outra que cuida de interesses tucanos em processos, a Medina Osório, com sede em Porto Alegre. O advogado Fábio Medina Osório defende, por exemplo, a ex-governadora do Estado Yeda Crusius.
Política
Planalto investiga ex-chefe de gabinete da presidência em São Paulo
Rosemary Noronha teria sido alvo de apuração por suspeita de enriquecimento ilícito
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