No primeiro turno das eleições, realizado no último domingo (2), 1,6 milhão de eleitores do Rio Grande do Sul deixaram de comparecer aos locais de votação. O índice de abstenção representa 19,8% do eleitorado. Houve, ainda, 341.049 cidadãos que foram às urnas e votaram em branco (4,95% dos votantes) e 190.663 (2,77%) que anularam o voto.
Para um dos candidatos que disputa o segundo turno da eleição para o governo do Estado, Onyx Lorenzoni (PL), a busca por estes eleitores é um ponto "primordial" deste pleito.
— Esta eleição será decidida por quem sair de casa no dia 30. E é trabalho de todos nós, que acreditamos na democracia, independente da nossa conotação política, nós temos que motivar as pessoas para que elas tomem a decisão — avaliou, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (5). Concorrente de Onyx, Eduardo Leite (PSDB) terá espaço igual, no mesmo programa, nesta quinta.
Onyx liderou o primeiro turno da eleição para o Piratini, com 37,5% dos votos válidos, contra 26,8% de Leite. À Presidência, a corrida foi liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48,4%, seguido do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), com 43,2%. Onyx foi questionado sobre como seria a relação dele, como governador, com o chefe do Executivo federal, em uma hipotética repetição deste cenário no segundo turno, com vitória dele no RS e de Lula no Brasil.
— Se o Lula vencer a eleição será uma tragédia para o Brasil, porque nós vamos perder todos os avanços que fizemos nesses últimos quatro anos — disparou.
— Esta hipótese (de ser governador com Lula presidente), nós vamos ter que enfrentá-la dentro do que a Constituição determina — complementou.
Privatizações
Onyx Lorenzoni reiterou, na entrevista, que, em um eventual governo dele, o Banrisul não será privatizado. Para o candidato do PL, o banco tem bilhões em recursos que poderiam ser "uma grande alavanca de desenvolvimento" para o Estado. Onyx prometeu "despartidarizar" o Banrisul, se eleito.
— Não vai ter nenhum político no banco. Zero. De partido algum. Nem do meu. Vamos abrir espaço para os técnicos do Banrisul poderem ser valorizados e ocupar posições importantes.
Questionado também sobre a privatização da Corsan, Onyx disse que o modelo de concessão será reavaliado, caso ele seja governador e o processo atualmente em andamento não seja concluído até o fim de 2022.
— A Corsan precisa ser reanalisada. O foco tem que estar na missão de entregar saneamento e água de qualidade para as pessoas a custo baixo. Tem que fazer uma nova modelagem. Nossa equipe está trabalhando nisso — explicou, acrescentando que a privatização pode ser parcial, dividida por regiões ou serviços.
— Eu não tenho nenhum problema, e acho que ninguém tem nenhum problema, com que a iniciativa privada participe. Isto é muito saudável. Temos várias privatizações no Brasil que tiveram sucesso. Agora, precisa ser a favor da população — acrescentou o candidato do PL.
A entrevista com Onyx Lorenzoni teve 27 minutos. Nesta quinta-feira (6), o também candidato ao governo do Rio Grande do Sul no segundo turno, Eduardo Leite (PSDB), vai ser entrevistado pelo mesmo espaço de tempo no programa Gaúcha Atualidade.
Ouça a entrevista na íntegra: