Convidado pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, o candidato a governador do Estado Onyx Lorenzoni (PL) viajou a Brasília nesta terça-feira (4), onde articula com os integrantes da candidatura presidencial a participação do presidente em eventos de campanha no Rio Grande do Sul nos próximos dias. Aliado de Bolsonaro, Onyx ficou em primeiro lugar na eleição para o governo estadual do último domingo (2) e enfrenta Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno.
— Uma das razões pelas quais estou aqui é para levá-lo (Bolsonaro) ao Estado. Estamos escolhendo a data e amanhã já deveremos ter uma definição sobre a ida dele — disse Onyx a GZH.
O candidato do PL iria se reunir com o presidente nesta terça, mas o encontro teve de ser reagendado para quarta-feira (5), às 9h, em razão das mudanças na agenda de Bolsonaro.
Durante o dia, o presidente recebeu o apoio dos governadores reeleitos Romeu Zema (Novo-MG) e Cláudio Castro (PL-RJ). Mais tarde, teve de viajar a São Paulo para oficializar a aliança com o governador Rodrigo Garcia (PSDB). Garcia ficou em terceiro lugar na disputa pelo governo paulista e, após se reunir com Bolsonaro no Aeroporto de Congonhas, anunciou apoio à sua reeleição.
Em Brasília, Onyx ainda deve se reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e outros correligionários para tratar sobre a estruturação da campanha em segundo turno.
O candidato a governador também afirmou que conversaria, ainda nesta terça, com o deputado federal reeleito Osmar Terra (MDB). Embora o MDB esteja na coligação de Eduardo Leite (PSDB), há muitos dissidentes, como o próprio Terra, apoiando o candidato do PL. Entre aliados de Onyx, também há expectativa de uma declaração do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.
O ex-ministro deve retornar ao Estado nesta quarta-feira à tarde e retomar as atividades de campanha a partir da quinta (6).
Presidente no palanque
Ministro de quatro pastas e escudeiro de Bolsonaro desde a pré-campanha de 2018, Onyx conta com o apoio do presidente como um valioso ativo na campanha de segundo turno. No primeiro, Bolsonaro não abriu apoio específico para Onyx, visto que ele dividiu o palanque bolsonarista no Estado com Luis Carlos Heinze (PP).
Agora, a expectativa é de que o presidente peça votos abertamente para Onyx e apareça ainda mais na propaganda eleitoral.
O candidato do PL teve 37,5% dos votos válidos no pleito para governador, enquanto Bolsonaro conquistou 48,9% dos votos para a presidência no Rio Grande do Sul.
— Minha expectativa é fazer o presidente crescer para ter mais de 60% no Rio Grande do Sul no segundo turno — projetou Onyx.
Integrantes do núcleo da campanha acreditam que o ex-ministro deve herdar a ampla maioria de votos bolsonaristas que foram para outros candidatos no primeiro turno, inclusive os de Leite, caso este sinalize apoio a Lula (PT) no plano federal.
Busca de apoios
Para o segundo turno, o apoio mais aguardado na campanha de Onyx é o do PP, de Luis Carlos Heinze. A sigla fez parte do governo Eduardo Leite e ajudou a aprovar as propostas do tucano na Assembleia, mas o suporte a Bolsonaro aproxima os progressistas do ex-ministro.
Em reunião nesta terça, a bancada de deputados estaduais do PP decidiu ouvir os dois candidatos antes de tomar posição. A reunião com Leite está marcada para esta quarta, às 10h30min. Com Onyx, o diálogo deve ser na quinta.
A hipótese de que os filiados sejam liberados para fazer campanha para ambos não está descartada.