Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) participaram nesta quinta-feira (20) do quarto debate do segundo turno da eleição ao governo do Rio Grande do Sul. Ao longo de uma hora e 15 minutos, os dois postulantes ao Piratini confrontaram suas propostas para o Estado na TV Pampa.
A seguir, veja como foi o debate na TV Pampa:
O resumo
O debate começou às 22h, dividido em três blocos com previsão de uma hora e meia de duração. No primeiro segmento, Leite e Onyx tiveram três minutos cada um para as apresentações. Em seguida, passaram por seis rodadas de perguntas, respostas, réplicas e tréplicas, com temática livre. Já na parte final da sabatina, foi a vez das considerações finais, novamente com três minutos. As ordens de abertura, encerramento e das perguntas do debate foram definidas por sorteio.
O debate em fotos
Bloco a bloco
Primeiro bloco
No primeiro segmento, Leite e Onyx tiveram três minutos cada um para as apresentações. Depois, houve três rodadas de perguntas com tema livre, com um minutos para o questionamento, três minutos para resposta e dois minutos para réplica e tréplica.
- Onyx abriu o debate comemorando o apoio recebido do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e de outros líderes do MDB. Ele disse que assumiu compromisso de cuidar do Estado com um olhar especial para a Região Metropolitana, citando como exemplo a integração da passagem dos ônibus que circulam entre os municípios. Prometeu ainda a enrega de 500 mil títulos de propriedade no Estado.
- Leite iniciou sua fala comparando a eleição a uma corrida de bastão, em que se recebe o Estado e se segue em frente. Citou que quitou os salários do funcionalismo, que estavam parcelados, que pagou dívidas com municípios e evitou que deixassem o programa Primeira Infância Melhor, aumentou o fornecimento de merendas, criou o programa de devolução do ICMS a famílias mais necessitadas e prometeu o investimento de R$ 1 bilhão em iniciativas de transferência de renda em um possível novo mandato.
- Na primeira pergunta, Onyx abordou parcerias com a iniciativa privada, exemplificando com programas do governo federal. Falou então que no RS o programa de privatizações criado pelo governo Leite foi muito limitado. Leite respondeu que o programa de privatizações do Estado foi reconhecido nacionalmente e que foi feito com responsabilidade. Afirmou ainda que a Corsan deve ser privatizada, mas que Onyx não quer fazer isso, e que o Parque do Caracol é um exemplo de concessão à iniciativa privada, assim como o do Salto do Yucumã. O ex-governador falou também das concessões rodoviárias e criticou que seu adversário que "meter a mão no cofre do Banrisul" e que Onyx não conduziu bem o programa de parcerias no governo federal. Na sua tréplica, Onyx disse que as declarações de Leite são um "conjunto de inverdades". Ele afirmou que vai privatizar a EGR, que chamou de "cabide de empregos" e "fonte de corrupção", e pediu explicações a Leite sobre isso. "Quem tem que prestar explicações à Justiça é o senhor", respondeu Leite, sobre o acordo relativo a caixa dois para evitar processo, e salientou que há uma averiguação de problemas em cestas básicas envolvendo o seu adversário e que a privatização das Sulgás foi realizada "sem ter qualquer tipo de suspeita".
- Na sua vez de perguntar, Leite questionou fala de Onyx sobre a alternativa ao regime de recuperação fiscal, ao qual o ex-ministro é contrário. O candidato do PL disse que há corrupção na EGR e que Leite só pagou salários em dia porque recebeu dinheiro do governo Bolsonaro. A seguir, Onyx leu um texto contra o voto no PT e a favor de Bolsonaro, e disse que se tratava de uma declaração de Leite, que agora, segundo ele, mudou de posição. O ex-governador reclamou que perguntou sobre o RRF e não obteve resposta. "O senhor é um risco para o Estado, uma ameaça", disse Leite, afirmando que encaminhou reformas que geraram melhorias e receitas. Ressaltou ainda que o "candidato renunciou à vacina e à responsabilidade fiscal" e até a não cumprimentá-lo nos debates. Onyx disse que Leite é "inconfiável em todas as suas palavras". Criticou a renúncia de Leite ao governo do Estado e a assumir uma dívida bilionária no RRF. "O senhor só fica inventando mimimi", disse Onyx, atacando que seu adversário fracassou na tentativa de ser candidato à Presidência.
- Onyx voltou a perguntar, dessa vez sobre em quem Leite votará para presidente. O ex-governador disse que os gaúchos o conhecem bem, ao contrário do ex-ministro, que ficou "se pendurando em vários ministérios", sendo reduzido a cargos cada vez menos importantes, segundo Leite. Sobre a eleição, disse que sua posição é pela defesa do RS, já que que nem Lula nem Bolsonaro estarão no Piratini para cuidar do Estado, e que o governador não pode ser "um capacho de qualquer outro político". Onyx respondeu que tem sete mandatos como deputado e que os gaúchos sabem quem ele é. "Nunca me pendurei em Jair Bolsonaro, ao contrário, eu fui coluna", afirmou, reforçando que Leite dividiu o seu partido, tem um projeto de poder e que não cumpre nada do que fala, e repetiu a pergunta sobre em quem ele votará. Leite criticou que Onyx fica falando sobre Brasília porque é incapaz de falar sobre o RS, e destacou que seu adversário faz ataques preconceituosos.
Segundo bloco
Mais três rodas de perguntas e respostas, no mesmo padrão do bloco anterior.
- Leite deu início ao segundo bloco. Ele voltou ao assunto do RRF, apontando que Onyx não explica qual é a alternativa nem como fazer para manter a capacidade da Corsan diante do marco do saneamento, já que é contrário à privatização. O ex-ministro reclamou que Leite lhe colocou apelidos e refutou que o RS seria o "parquinho do Dudu". Pediu ainda que o ex-governador "use a verdade". Afirmou que Leite desperdiçou a chance de ser governador até o fim do mandato ao renunciar, criticando ainda que se aposentaria aos 37 anos. Leite respondeu que fake news foram disparadas no primeiro turno e que ele é o único que não recebe aposentadoria de governador e que Onyx recebeu dinheiro vivo em malas e pacotes de caixa dois. Repetiu que Onyx explique seus projetos alternativos ao RRF e as alternativas aos programas e decisões que ele diz que reverterá se for governador. O candidato do PL apontou que tem a consciência tranquila e que o que os diferencia é que "Leite pediu aposentadoria aos 37 anos". Sobre malas com dinheiro, disse que quem deve explicar é "gente do seu governo".
- Na vez de Onyx, ele pediu para Leite explicar a "pensão". Depois, tocou no assunto da nova matriz tributária que permitiria ICMS em taxas mais altas no governo Leite, em acordo com o PT para comprar vacinas. Leite disse que Onyx não se vacinou, e relacionou o fato de as crianças não estarem se vacinando contra a pólio diante de comportamentos como o de seu adversário de lançar dúvidas sobre imunizantes. Onyx disse que o que importa para Leite é seu projeto pessoal, e que ajudou o governo federal a comprar 600 milhões de doses de vacina. O candidato do PL disse não ter tomado a vacina por ter se aliado à "verdadeira ciência". O ex-governador defendeu que renunciou ao poder, mas não aos, gaúchos, e reforçou que o seu concorrente não é capaz de dizer de onde vai tirar dinheiro para pagar a dívida do RS se é contrário ao RRF.
- Na última parte do debate, Leite afirmou que Onyx tem copiado propostas: que ele colocaria presos para trabalhar, mas isso já é feito, assim como novas contratações de policiais, e perguntou se isso ocorre porque não sabe o que se passa no Estado ou porque sua campanha não pode reconhecer nada de bom que foi feito no RS. Onyx respondeu que Leite se trancou no Palácio Piratini e tentou fazer o lockdown total em Pelotas com uso da Brigada Militar. Questionou quem o ex-governador quer atrair, se o eleitor bolsonarista ou o lulista. Leite disse que onde Onyx vê eleitores bolsonaristas ou lulistas, ele vê gaúchos. Lembrou que como governador enfrentou estiagem, crise fiscal e pandemia, e que em Pelotas a situação citada ocorreu antes da eleição municipal e que a prefeita foi eleita depois do fato com ampla margem de votos. Onyx criticou as escolas fechadas na pandemia, que geraram déficit de aprendizagem. Disse que os gaúchos querem como governador alguém em quem possam confiar, e que políticas públicas são para todos.
Terceiro bloco
Três minutos para considerações finais.
- Eduardo Leite: "Esse debate ofereceu as condições de vocês entenderam quem tem propostas, quem tem caminho, quem conhece o Estado, as nossas vocações econômicas. Como a gente pode fazer o turismo ser alavancado. As tantas obras nos hospitais. Na educação, o programa que garante que os alunos fiquem na escola, com bolsas pagas pelo governo estadual. Não está tudo perfeito, mas não está o horror que meu adversário tenta pintar. Eu esperto que possam vir pospostas, senão é uma ameaça, é um risco. Estou aqui para que possamos ir para o futuro, e não retroceder ao passado".
- Onyx Lorenzoni: "Que tal melhorar o ambiente de negócios do RS? Tornar a alíquota dos calçadistas em 3%, para que não saiam do RS. Que tal o bilhete único na Região Metropolitana para o transporte, teve três anos para fazer e não fez. Vamos fazer o programa de irrigação por meio de canos com vazão de cem litros por segundo. O que é mais importante: o Banrisul como alavanca de investimentos. Fazer a educação integral, educação na primeira infância, que nunca fizeram nada. Vamos vender todos os imóveis do Estado, fazer o porto de Arroio do Sal e o aeroporto da Serra. Nós não temos projeto presidencial, é pelos nossos filhos."