O ex-ministro da Fazendo do Governo Michel Temer e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi uma das surpresas na manhã desta segunda-feira (19), em ato de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que reuniu oito ex-candidatos a presidente. Atualmente no União Brasil, Meirelles concorreu à Presidência da República pelo MDB na eleição de 2018. A participação é vista como um aceno ao mercado financeiro e ao empresariado, já que Meirelles é uma referência para a área.
No governo Temer, Meirelles foi o pai do teto de gastos, que, apesar da aproximação, a campanha de Lula diz que irá revogar. No ato, o ex-ministro tratou questões de economia.
— Quero me ater a fatos específicos e que mostram a comparação brutal. Quando trabalhamos juntos no governo, trabalhamos oito anos. Nesse período, mais de dez milhões de empregos foram criados, isso é um fato, não é questionável — disse Meirelles no evento, que seguiu elencando dados sobre crescimento médio do PIB e retirada das pessoas da pobreza.
A bancada dos ex-candidatos à Presidência da República foi composta pelo candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), pelo candidato ao governo do Estado de São Paulo Fernando Haddad (PT), por Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL), Cristovam Buarque (Cidadania), Luciana Genro (PSOL), João Goulart Filho (PCdoB) e Meirelles. Alckmin foi definido pelo coordenador do programa de Lula, Aloizio Mercadante, como o arquiteto desse momento.
— Todos tínhamos projetos diferentes para o Brasil, mas sempre tivemos algo em comum, o princípio: que é o respeito à democracia e ao povo brasileiro. É o que nos une nesse momento singular e triste da história do Brasil, quando se questiona o processo democrático, se tem saudade da ditadura, e é hora de reafirmarmos nosso compromisso com a democracia. Violência, morte, negacionismo não é política. É antipolítica — disse Alckmin.
No Twitter, Meirelles, hoje filiado ao União Brasil, publicou uma longa postagem, dizendo inicialmente que sempre baseou as suas decisões "em fatos". Citou números e realizações do governo petista - dos quais oito, citou, esteve à frente do Banco Central. Por fim, disse que "essa história de só falatório pode impressionar muita gente, mas eu acredito em fatos. Eu olho e vejo os resultados". Em seguida, finaliza: "Isso me fez participar hoje do evento de apoio ao Lula com tranquilidade e confiança, porque sei o que funciona, e o que pode funcionar no Brasil."