Derrotado nas urnas na disputa para o governo estadual, o PT adotou o discurso de oposição antes mesmo da definição do novo chefe do Rio Grande do Sul. O partido deve se manter neutro no segundo turno entre Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), sem declarar apoio a qualquer um dos candidatos.
Ao longo desta semana, uma reunião do diretório estadual, ainda sem data marcada, deverá oficializar o anúncio. O encontro, no entanto, está mais direcionado à campanha de Fernando Haddad (PT) entre o eleitorado gaúcho do que à corrida ao Palácio Piratini — com 1.453.291 (22,81%) votos, o ex-prefeito de São Paulo teve desempenho melhor do que Miguel Rossetto (PT) no Rio Grande do Sul, que somou 1.060.209 (17,76%) votos.
— Durante a campanha, deixamos clara a nossa contrariedade com os programas que, ao nosso ver, não têm nada de diferente. Não iremos apoiá-los. Em qualquer uma das hipóteses, seremos oposição — reforçou, nesta segunda-feia (8), o presidente estadual do PT, Pepe Vargas.
Em seu pronunciamento no domingo (7), Rossetto já havia sinalizado o antagonismo em relação a Leite e Sartori. O ex-ministro mencionou os oito deputados do PT eleitos para a Assembleia — a maior bancada, ao lado do MDB —, afirmando que serão um contraponto "ao desmanche do Rio Grande" nos próximos quatro anos.
Além das divergências programáticas, o segundo turno nacional aprofunda qualquer chance de aproximação do PT gaúcho com os concorrentes. Enquanto Sartori decidiu apoiar Bolsonaro, Leite reforçou o anti-petismo.
— Se os dois se alinharem à candidatura de Bolsonaro, irão deixar de conquistar muitos votos por adotarem esse posicionamento conservador — defendeu Vargas.