A ex-senadora e ex-ministra Marina Silva (Rede) declarou, na tarde desta segunda-feira (22), que votará em Fernando Haddad (PT) no segundo turno da disputa à Presidência da República. A decisão foi comunicada nas redes sociais de Marina.
"Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, “destroem sempre que surgem”, “banalizando o mal”, propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, “pelo menos” e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad", afirmou Marina em nota à imprensa.
Marina disputou, em 2018, sua terceira eleição presidencial. No pleito deste ano, ela recebeu 1.069.577 votos (1,00% dos eleitores). Em 2014, ela também ficou de fora do segundo turno, mas com 22.176.619 votos, o equivalente a 21,32% dos eleitores.
No dia 11, a Rede liberou os filiados para votar como quiserem, mas recomendou que não apoiassem Bolsonaro. De acordo com o comunicado, a Rede será oposição ao governo de qualquer um dos dois candidatos que vença a eleição porque ambos representam projetos "de poder prejudiciais ao país, atrasados, autoritários e retrógrados".
No comunicado, além de se posicionar, Marina condenou o clima belicoso vivido no Brasil atualmente.
"Ao qualificar ambos os candidatos desta forma, não tenho a intenção de ofender seus eleitores, milhões de pessoas que acreditam sinceramente em um deles ou que recusam o outro, com muitas e justificadas razões. E creio que os xingamentos e acusações trocados nas redes sociais e nas ruas só trazem prejuízos à democracia, mas é visível que, na maioria das vezes, essas atitudes são estimuladas pelos discursos dos candidatos e de seus apoiadores. A política democrática deve estar fortemente aliançada no respeito à Constituição e às instituições, exercida em um ambiente de cultura de paz e não-violência."