O segundo turno das eleições estaduais confirmou um país mais fragmentado em relação a 2014. A partir do próximo ano, as 27 unidades da federação serão comandadas por governadores de 13 partidos. Em 2014, nove siglas haviam vencido pelo menos uma disputa.
Os resultados das urnas também colocaram, pela primeira vez, PSC, PSL e Novo à frente de governos de Estados. Ao longo da campanha, os nomes das três legendas buscaram colar sua imagem à de Jair Bolsonaro (PSL) para pegar carona na popularidade do militar da reserva.
Mesmo com a derrota no eleição presidencial, o PT confirmou o maior número de governadores eleitos entre os partidos: quatro, todos no Nordeste. Em 2014, a sigla de Fernando Haddad (PT) havia apresentado cinco vencedores. Na disputa de quatro anos atrás, o MDB havia ficado no topo da lista, com sete governadores — número que caiu para três em 2018. E o PSDB saiu de cinco para três.
Confira os nomes eleitos
ACRE
Gladson Cameli (PP), 40 anos
A vitória de Cameli encerra a hegemonia de 20 anos do PT no governo do Acre. Formado em Engenharia Civil, é senador pelo Estado. Antes, atuou como deputado federal por dois mandatos.
ALAGOAS
Renan Filho (MDB), 39 anos
Filho mais velho do senador Renan Calheiros (MDB), foi reeleito no primeiro turno. Em 2014, tornou-se o nome mais jovem da história a ser eleito governador local. Economista, foi deputado federal.
AMAPÁ
Waldez Góes (PDT), 57 anos
Com a reeleição, o pedetista vai para o quarto mandato à frente do Amapá. Em 2010, chegou a ser preso pela Polícia Federal durante a Operação Mãos Limpas. Já foi deputado estadual.
AMAZONAS
Wilson Lima (PSC), 42 anos
Amazonas terá como governador um estreante no poder. Lima deixou de lado a carreira de apresentador de televisão e buscou se mostrar como alternativa a nomes tradicionais.
BAHIA
Rui Costa (PT), 55 anos
Pupilo do senador eleito Jaques Wagner (PT), antecessor no comando estadual. O PT caminha para a quarta gestão seguida. Economista, o governador reeleito foi deputado federal e vereador de Salvador.
CEARÁ
Camilo Santana (PT), 50 anos
Pavimentou a reeleição em coligação formada por 16 partidos. Na campanha, buscou destacar avanços na educação e teve de encarar críticas relacionadas à segurança pública. Agrônomo, também foi deputado estadual.
DISTRITO FEDERAL
Ibaneis Rocha (MDB), 47 anos
O Distrito Federal terá um novato na política à frente do Executivo. Formado em Direito, foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF de 2013 a 2015.
ESPÍRITO SANTO
Renato Casagrande (PSB), 57 anos
Representa a volta ao governo capixaba. Venceu pela primeira vez em 2010 e tentou a reeleição em 2014, quando foi derrotado. Formado em Engenharia Florestal e Direito, foi senador, deputado federal e estadual.
GOIÁS
Ronaldo Caiado (DEM), 69 anos
A vitória se dá após dois governos seguidos do PSDB. É senador desde 2015 e já foi deputado federal por cinco mandatos. Médico ortopedista, acumula em sua trajetória uma candidatura à Presidência, em 1989.
MARANHÃO
Flávio Dino (PCdoB), 50 anos
Conquistou a reeleição ao superar adversária com sobrenome tradicional da política: Roseana Sarney. Antes de assumir o comando do Estado, foi deputado federal,
juiz e professor.
MATO GROSSO
Mauro Mendes (DEM), 54 anos
Carrega experiência no ramo empresarial. Foi presidente da Federação das Indústrias do Estado por seis anos e chegou a ser vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria. Em 2012, foi eleito prefeito de Cuiabá.
MATO GROSSO DO SUL
Reinaldo Azambuja (PSDB), 55 anos
É nome conhecido da política local. Com a vitória, ruma ao segundo mandato como governador. Antes de ocupar o cargo, foi deputado federal e estadual. É ligado ao agronegócio.
MINAS GERAIS
Romeu Zema (Novo), 54 anos
Ao concorrer pela primeira vez em uma eleição, posicionou-se como outsider. Empresário, é o único candidato do Novo eleito a governador no país. Prometeu reduzir despesas
e enxugar a máquina pública.
PARÁ
Helder Barbalho (MDB), 39 anos
Carrega um dos sobrenomes tradicionais da política paraense: é filho do senador reeleito Jader Barbalho (MDB). Ex-prefeito de Ananindeua, foi ministro nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
PARAÍBA
João Azevêdo (PSB), 65 anos
A superioridade nas urnas mantém o PSB no comando pelo terceiro mandato consecutivo. Antes de concorrer ao governo, o eleito atuou como secretário estadual de Infraestrutura.
É formado em Engenharia Civil.
PARANÁ
Ratinho Junior (PSD), 37 anos
Já havia sido eleito para quatro mandatos parlamentares – dois como deputado estadual e dois como federal. Empresário, é filho do apresentador de televisão Carlos Roberto Massa, o Ratinho.
PERNAMBUCO
Paulo Câmara (PSB), 46 anos
A reeleição leva o PSB para a quarta gestão seguida. Antes dele, Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo em 2014, havia vencido a disputa pelo Executivo estadual em 2006 e 2010. Câmara é formado em Economia.
PIAUÍ
Wellington Dias (PT), 56 anos
Será seu quarto mandato como governador. Venceu em 2014 e esteve à frente da administração estadual de 2003 a 2010. Ainda acumulou mandatos de senador e
de deputado estadual e federal.
RIO DE JANEIRO
Wilson Witzel (PSC), 50 anos
O ex-juiz federal aproveitou a onda bolsonarista e disparou na liderança da disputa no primeiro turno. No segundo, confirmou a vitória com discurso de político não profissional e experiência no combate à corrupção.
RIO GRANDE DO NORTE
Fátima Bezerra (PT), 63 anos
É a única mulher eleita governadora no país, que tem eleitorado majoritariamente feminino. Com a vitória, a atual senadora ocupará pela primeira vez um cargo no Executivo.
Foi deputada estadual e federal.
RIO GRANDE DO SUL
Eduardo Leite (PSDB), 33 anos
É o governador eleito com a menor idade no país em 2018. Com o triunfo de Leite, os gaúchos mantêm a tradição de não reeleger candidatos ao cargo mais alto do Executivo estadual. Foi prefeito e vereador de Pelotas.
RONDÔNIA
Coronel Marcos Rocha (PSL), 50 anos
Para conquistar o governo estadual, o militar reformado colou sua imagem à de Jair Bolsonaro, colega de PSL. Ao longo da campanha, buscou ressaltar experiência fora da política.
RORAIMA
Antonio Denarium (PSL), 54 anos
Integra o grupo de novatos na política que saíram vitoriosos das urnas. Empresário e pecuarista nascido em Goiás, aproveitou a onda bolsonarista para garantir apoio da maior parte do eleitorado.
SANTA CATARINA
Comandante Moisés (PSL), 51 anos
É mais um dos nomes que atrelaram sua imagem à de Jair Bolsonaro. Antes de concorrer pela primeira vez a um cargo público, atuou por cerca de 30 anos no Corpo de Bombeiros. Desde 2016, está na reserva.
SÃO PAULO
João Doria (PSDB), 60 anos
Em 2016, venceu a eleição a prefeito de São Paulo, cargo que deixou um ano e três meses depois para disputar o Estado. O triunfo mantém São Paulo como fortaleza tucana – a sigla está no governo local há duas décadas.
SERGIPE
Belivaldo Chagas (PSD), 58 anos
Atual governador, cargo que assumiu em abril. Antes, era vice na chapa de Jackson Barreto (MDB), que saiu para concorrer ao Senado. Também foi deputado estadual por quatro legislaturas.
TOCANTINS
Mauro Carlesse (PHS), 58 anos
Empresário e agropecuarista, era presidente da Assembleia Legislativa até março. Com a cassação de Marcelo Miranda (MDB), assumiu como governador interino e, em junho, venceu eleição suplementar.