Além de mapear as intenções de voto aos candidatos, as pesquisas eleitorais também calculam a taxa de rejeição dos concorrentes. O índice representa o percentual de eleitores que "não votariam de jeito nenhum" em algumas das opções.
Por isso, a taxa demonstra a porcentagem de votos que o candidato dificilmente conseguirá reverter para si.
— É uma taxa importante para entender o potencial de cada candidatura. Ou seja, com essa informação, pode-se analisar o potencial de crescimento dos candidatos — explicou, por e-mail, a CEO do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari.
Para calcular a rejeição, o Ibope pergunta aos entrevistados: "Dentre estes candidatos a presidente da República, em qual o senhor não votaria de jeito nenhum? Mais algum? Algum outro?". Diferente da intenção de voto, o eleitor pode mencionar mais de um candidato em quem nunca votaria.
Divulgada na última sexta-feira (17), a pesquisa Ibope para o governo do Rio Grande do Sul coloca José Ivo Sartori (MDB) como campeão em rejeição, com 44%. Na sequência, Miguel Rossetto (PT) e Julio Flores (PSTU) aparecem com 10%, Jairo Jorge (PDT) com 8%, Eduardo Leite (PSDB) com 7% e Mateus Bandeira (Novo) com 6%. Pela margem de erro três pontos percentuais, os cinco concorrentes estão em empate técnico.
Campeão em rejeição, Sartori também é líder no item intenção de voto, com 19%. De acordo com o cientista político da UFRGS Rodrigo González, é comum que os candidatos melhor colocados também sejam os primeiros em rejeição porque, normalmente, são os mais conhecidos do eleitorado.
— O índice de rejeição mede o nível de conhecimento que o público tem do candidato. Por isso, os mais conhecidos pontuam mais. Já os candidatos "menores" nem aparecem porque, como são desconhecidos, acabam nem sendo rejeitados — analisa González.
De acordo com o professor, o índice de rejeição também possibilita a análise do teto de votos de um concorrente em um eventual segundo turno — momento em que os candidatos precisam buscar um público mais amplo do que o seu eleitorado.
— Ao ter uma alta rejeição, a probabilidade de o candidato mudar um voto desfavorável para um favorável é muito pequeno — acrescenta o cientista político.
O levantamento do Ibope foi feito com 1.008 pessoas em 60 municípios do Estado, entre os dias 14 e 16 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TRE/RS sob o número 01969/2018.
A taxa dos candidatos ao governo do RS:
José Ivo Sartori (MDB) — 44%
Miguel Rossetto (PT) — 12%
Julio Flores (PSTU) — 10%
Roberto Robaina (PSOL) — 10%
Jairo Jorge (PDT) — 8%
Eduardo Leite (PSDB) — 7%
Mateus Bandeira (Novo) — 6%
Poderia votar em todos — 8%
Não sabem ou preferem não opinar — 24%