Partidos da direita que dividem o plenário na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul realizaram uma coletiva de imprensa, nesta terça-feira (29), para anunciar que irão se reunir para compor uma chapa à presidência da Casa em 2023. As siglas representadas são PP, Republicanos, Patriotas, Podemos e Novo. A eleição está prevista para o dia 15 de dezembro, na última sessão legislativa do ano.
À cabeça da chapa, foi indicado o vereador Alexandre Bortoluz, o Bortola, do PP. Outros nomes da articulação já estariam definidos também, como o vice-presidente, que será o vereador Elisandro Fiuza (Republicanos). Entre os apoiadores, que participafram da live de lançamento da chapa, estão Sandro Fantinel (Patriotas), Mauricio Marcon (Podemos) e Maurício Scalco (Novo).
Durante a coletiva, Marcon justificou a criação da chapa da direita em função do cenário político nacional. Na visão dos partidos unidos, os caxienses não querem o PSB no poder legislativo.
— Não temos nada contra o vereador Zé Dambrós, estamos pensando em questões partidárias, valores e princípios. Entendemos que votar hoje em um partido que ajudou a eleger Luiz Inácio Lula da Silva (do PT, à Presidência) não estaria representando as pessoas que votaram em nós — afirma Marcon, que convidou colegas que "se sentirem tocados com o apelo" a participar da chapa.
Previsto como presidente da chapa de direita, Bortola destacou considerar importante o posicionamento.
— A gente precisa manter esse posicionamento, continuar neste rumo para que a gente consiga fazer um trabalho correto, de direita, dos posicionamentos de liberdade de expressão, de Deus, Pátria e Família — acrescenta Bortola.
Presidência
A presidência da Câmara de Vereadores é escolhida anualmente, com votação na última sessão do ano legislativo. A presidência fica responsável por dirigir os trabalhos no plenário, representar a instituição e, em caso de ausência do prefeito e vice, pode assumir o Executivo temporariamente.
Um acordo informal já tradicional na Câmara de Caxias do Sul prevê o rodízio na presidência da casa legislativa entre os partidos com as maiores bancadas. Atualmente, seriam PSDB, PSB, PTB e PT. O rodízio tem como critério o princípio da proporcionalidade, ou seja, os partidos que receberam mais votos na última eleição e têm maior número de cadeiras têm o direito de ocupar lugares na mesa diretora e de ganhar mais vagas nas comissões parlamentares.
Para 2023, o vereador previsto para ocupar a cadeira da presidência é Zé Dambrós (PSB). Após a coletiva dos partidos da direita, Dambrós afirma "estar tranquilo" e que confia que o acordo informal deve prevalecer.
— Não é nem um acordo, é um respeito à proporcionalidade, às urnas. Nós temos que respeitar as urnas. Nós fizemos isso no primeiro ano, no segundo e estamos alinhados para o terceiro ano — garante Dambrós.
Já em relação à questão nacional de seu partido, o vereador destaca orgulho em ter um vice-presidente eleito:
— Tenho muito orgulho de termos o vice-presidente da República. Quatro mandatos no maior Estado da América Latina, não tem nada que o desabone, um cara médico, tenho muito orgulho do Alckmin que está conduzindo bem a transição, buscando todas as frentes do bem com vários partidos.
O acordo informal da atual legislatura foi iniciado pelo vereador Velocino Uez (PTB), seguido pela atual presidente Denise Pessôa (PT). O último ano deve ficar ao PSDB, com o nome cotado de Marisol Santos.
Precedentes
Em 2021, quando o nome previsto para assumir a presidência era o da vereadora Denise Pessôa (PT) - atual presidente -, uma chapa antipetismo já havia sido criada para disputar a cadeira. Encabeçada pela vereadora Gladis Frizzo (MDB), a chapa perdeu com sete votos de diferença (15 a 8). À época, quem manifestou desagrado à presidência do PT foi, novamente, Marcon.