A senadora Ana Amélia Lemos (PP), cotada para assumir a relatoria do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, já adota discurso de relatora.
- Minhas posições políticas em relação a essa matéria são conhecidas. E terei, como relatora, a responsabilidade de fazer o encaminhamento do processo. Tenho que avaliar o processo, todo ele, as questões relacionadas à legalidade, à constitucionalidade e aos fundamentos que foram alegados no processo - diz.
O processo foi entregue pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tarde desta segunda-feira. A admissibilidade será votada no mês de maio. Se aceito, o mérito será discutido por até seis meses, período pelo qual a presidente deverá ficar afastada do cargo. E o vice Michel Temer (PMDB-SP) assume interinamente.
Além de Ana Amélia, outros dois gaúchos estão entre os 81 que serão responsáveis pela análise do processo nos próximos meses: Lasier Martins (PDT) e Paulo Paim (PT).
O Pioneiro conversou com Ana Amélia nesta segunda-feira. Confira a entrevista:
Qual a sua avaliação da votação na Câmara?
Acho que foi um resultado esperado do ponto de vista do resultado final, não do número de votos. O governo tinha também essa percepção das dificuldades que teria na Câmara e o próprio PT, nas avaliações que faz internamente, reconhece a dificuldade de relacionamento com o Congresso.
Qual será a sua posição?
Agora é diferente. A minha posição é conhecida, mas agora nós seremos julgadores. A nossa responsabilidade é de trabalhar com base na Constituição, e também nos fundamentos da legalidade e da constitucionalidade. Vamos ter que ter esse cuidado bem grande em relação à tramitação.
Mas a senhora vota a favor?
Se eu for levada a ser relatora, não posso, a partir de agora, emitir juízo sobre o que vou fazer. Minhas posições políticas em relação a essa matéria são conhecidas. E terei, como relatora, a responsabilidade de fazer o encaminhamento do processo. Tenho que avaliar o processo, todo ele, as questões relacionadas à legalidade, à constitucionalidade e aos fundamentos que foram alegados no processo.
A senhora deve mesmo assumir a relatoria do processo?
Eu não sei, porque essa indicação está sendo especulada por alguns partidos políticos, alguns líderes falaram comigo, mas eu preciso esperar que a comissão especial se reúna e faça a votação. Isso cabe às bancadas que estão representadas no Senado.
Se for indicada, a senhora aceitará?
Eu sou de Lagoa Vermelha. Lá em Lagoa Vermelha, o lagoense não foge à raia, não corre da raia.
Agora é com o Senado
"Lagoense não corre da raia", diz Ana Amélia Lemos sobre possibilidade de ser relatora do impeachment no Senado
Senadora do PP é cotada para assumir a relatoria do processo contra a presidente Dilma
Juliana Bevilaqua
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