Quase três anos após os primeiros movimentos para refundar a sigla que deu sustentação ao regime militar, um dos líderes da nova Arena admite estar arrependido. O estudante de Direito e de Engenharia da Universidade de Caxias do Sul (UCS) João Manganeli Neto, 28 anos, diz que tentar recriar a legenda foi um erro. Segundo ele, a intenção nunca foi implantar uma ditadura novamente no País. Mas a proposta de criação do novo partido acabou atraindo apoiadores de uma intervenção militar no Brasil, o que não agradou Manganeli.
- Foi uma tremenda besteira. Criar um partido é um direito, mas ter ressuscitado a Arena foi um erro, porque as pessoas (que se aproximaram da sigla) não conseguem dialogar com a democracia. A gente não conseguiu atrair nada de bom - admite o jovem, que foi membro do conselho ideológico da nova Arena.
Braço direito de Cibele Bumbel Baginski, ex-presidente da sigla, Manganeli deixou a Arena em novembro de 2013. Já a jovem de 25 anos se desligou em janeiro de 2014, depois de entregar a presidência. Ao falar sobre sua saída, a estudante de Direito da UCS usa tom mais ameno que Manganeli.
- A vida tem ciclos. O projeto da Arena está em uma fase diferente. Não tenho mais uma opinião formada, porque muita coisa mudou de lá para cá. A forma da direção, da apresentação mudou um pouco e deixa a gente um pouco indeciso.
Os dois chegaram a ter uma rápida passagem pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN) ainda quando integravam o quadro da Arena. Atualmente, a dupla não tem filiação partidária. Eles estão empenhados em recolher assinaturas para um projeto que busca displinar a contratação de cargos em comissão na prefeitura e na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
O atual presidente da Nova Aliança Renovadora Nacional é Kleber Busch e o presidente do Conselho Ideológico é Kleyton José.
Política
"Foi uma tremenda besteira", diz jovem de Caxias sobre tentativa de refundar a Arena
Segundo João Manganeli Neto, intenção nunca foi implantar ditadura novamente no Brasil
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