Fuga de indústrias da Serra deve ser pensada na hora do voto

A uma semana das eleições, um dos temas que devem pesar na escolha dos votos é o compromisso dos candidatos a presidente, governador, senador e deputado com o fortalecimento da indústria. Caxias do Sul e região vivem uma situação extremamente delicada.

Nos últimos meses, pelo menos sete grandes empresas anunciaram a transferência ou a expansão de suas plantas bem longe da Serra: Volare (do grupo Marcopolo), Agrale, Randon, PCP Produtos Siderúrgicos, Neobus, Bigfer e Famastil Taurus. Elas estão investindo nos estados do Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná.

Com a migração, 5 mil empregos e milhões de reais em impostos deixarão de ser gerados na Serra.  O número de vagas perdidas pode ser  maior. Empresários dizem que não estão fechando fábricas na região, apenas crescendo  fora daqui, mas essa parece ser apenas retórica para evitar pânico entre colaboradores e familiares.

Os investidores cansaram de ouvir de forma continuada, dos  governos estadual e federal, promessas de melhoria de estradas, aeroportos, linhas férreas. Também se esgota a paciência por medidas de proteção à indústria nacional, frente à importação de produtos e serviços de países com leis trabalhistas brandas ou frouxas.

Para não fechar e sobreviver  em um ambiente de  alto custo com  infraestrutura e concorrência desleal, é preciso partir para terras - compradas com generosos subsídios - onde se possa gastar menos com logística e mão de obra.
Na Serra, o custo com logística representa 20% das mercadorias, percentual que cai para menos de 6% nos novos endereços das sete empresas antes citadas.

Na edição impressa do final de semana, o Pioneiro traz perfis e compromissos dos candidatos a presidente, governador e senador, além dos nomes dos candidatos a deputado estadual e federal. 

-  O objetivo do Pioneiro é dar aos leitores subsídios para avaliar principalmente as questões econômicas, que tanto nos assustam. Entendemos que bons gestores podem ser parceiros das empresas para frear a desindustrialização e os graves problemas decorrentes, como a pobreza e a violência - diz o editor-chefe do Pioneiro, Roberto Nielsen.