Equipes do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Corpo de Bombeiros de Cuiabá iniciaram nesta segunda-feira (14) as buscas por Alziro Gonçalves Neto, 78 anos. O caxiense, que mora no Mato Grosso desde 2001, desapareceu no dia 11 de setembro, quando saiu de casa para uma consulta médica.
De acordo com a DHPP, as buscas desta segunda-feira ocorrem em uma área de mata, perto de uma parada de ônibus em que ele teria sido visto no dia em que sumiu. Por ser uma região de mata, as equipes dos bombeiros contam com dois cães farejadores para auxiliar nas buscas.
Além da área atual de procura, as equipes apuram ainda outros possíveis locais frequentados por Neto para delimitar novos pontos em que ele poderá ser procurado. Neste momento, conforme a DHPP, não é possível afirmar por quantos dias as buscas continuarão sendo feitas, porque os trabalhos dependem, principalmente, dos cães.
A polícia fez buscas em hospitais e no Instituto Médico Legal (IML), mas não houve pistas. O celular de Neto também está sem sinal.
Antes do desaparecimento
Segundo uma vizinha do caxiense, Geronima Loureira um dia antes de desaparecer, na noite do dia 10 de setembro, Neto teria caído na rua e machucado o braço. O caxiense mora sozinho em Cuiabá em um pequeno espaço alugado no bairro Tijucal.
— Depois que ele machucou o braço perguntei se queria que eu chamasse o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas ele disse que não precisava porque no outro dia ele iria para o pronto socorro. No outro dia ele saiu, escutei o portão abrindo. Ele sai cedinho todo dia, caminha, vai na lotérica, é uma pessoa muito boa e conhecida por todo mundo aqui. Ele saiu e não voltou mais e ele sempre volta. Não temos notícia nenhuma dele e estamos muito preocupados. Faz muitos anos que ele mora aqui e a gente tem ele como uma pessoa da família — conta Geronima.
Ainda de acordo com a vizinha, Neto tem o hábito de almoçar em um restaurante popular de Cuiabá, onde a refeição é vendida a R$ 2. No trajeto diário percorrido pelo caxiense também está a passagem por um estabelecimento comercial, que fica em uma avenida próxima de onde ele mora, em que Neto frequentemente toma café.
Conforme uma das filhas do caxiense, Silvana Gonçalves, 51, existe a possibilidade de ter sido neste estabelecimento que ele foi visto pela última vez. Isso porque a única informação dada pela polícia sobre o sumiço é que, após sair de casa, o caxiense tomou café no local que costuma frequentar.
Segundo o proprietário do estabelecimento, Edson Luiz Pasinato, Neto esteve no local um dia antes de desaparecer, como sempre faz, mas não no dia em que sumiu.
— Ele costuma vir todo dia de manhã tomar um cafezinho e depois vai embora. No dia em que desapareceu ele não veio, ele veio no dia anterior, saiu e ninguém mais viu ele. Nós conhecemos bem o senhor Gaúcho e estamos preocupados com o sumiço dele também — conta o proprietário.
Família aguarda notícias
A maior parte da família de Neto mora no Rio Grande do Sul, principalmente em Caxias do Sul. Assim que soube do desaparecimento, informado pela vizinha do caxiense, a família fez o registro da polícia e foi em busca de informações sobre o paradeiro de Neto. Entretanto, nenhum amigo ou vizinho tem notícias.
— A gente registrou boletim de ocorrência, mas até agora não temos nenhuma pista. Nós sabemos que ele foi tomar um café. Foi o que a polícia nos informou. Soubemos do desaparecimento pela vizinha, que mora no mesmo terreno que ele. Ela nos avisou que fazia dois dias que ele não aparecia e ele não costuma dormir fora de casa. Além disso, ele sempre mantém contato conosco de alguma forma, se está doente, se vai fazer algum procedimento, se precisa de algo, ou para conversar, ele sempre nos avisa — conta a filha Silvana.
Um sobrinho do caxiense vive em Tangará da Serra (MT) e foi a Cuiabá, mas também não conseguiu mais informações.
Alziro Gonçalves Neto saiu de Caxias do Sul em 2001 e se mudou para Cuiabá. Ele teve um bar no Mato Grosso até 2010, quando retornou para a Serra para fazer um tratamento de saúde. Depois dos cuidados, voltou para o Estado mato-grossense.