A Delegacia de Proteção a Grupos de Vulneráveis (DPGV) de Vacaria apontou duas adolescentes, de 14 e 15 anos, como responsáveis por dois perfis falsos que cometiam atos de injúria, difamação e ameaças na rede social Instagram. Alunas de uma escola municipal de ensino fundamental, as adolescentes, de acordo com as investigações, publicavam fotos e vídeos de colegas, professores e pais de alunos com comentários ofensivos.
Em uma das publicações, de acordo com a DPGV, a legenda se referia à vítima como "macaca". No entanto, segundo o delegado Carlos Alberto Defaveri, como as ofensas não eram dirigidas a pessoas negras, o caso foi tratado como injúria, e não como racismo.
Ouvidas pelo delegado, as adolescentes negaram que mantinham as páginas para fazer as ofensas. Mas, com o auxílio do Facebook, detentor do Instagram, os perfis anônimos tiveram identificados os telefones celulares e os IPs vinculados aos perfis falsos.
O número do IP é o endereço do computador ou do celular de onde eram alimentados os perfis que cometiam as ofensas. A investigação constatou que os aparelhos eram de propriedade das adolescentes.
Ainda de acordo com o delegado Defaveri, as investigações partiram de denúncias feitas pelas vítimas e pela própria escola, a qual teve a identidade preservada.
— As pessoas fazem um perfil falso, falam um monte de coisa e pensam que a polícia não vai descobrir. Se escondem na internet, divulgam fake news e realizam extorsões, então essa investigação é até uma forma de prevenir novos casos e alertar que a internet não é uma terra sem lei — explicou o delegado.
Tratados como atos infracionais, os procedimentos foram remetidos pela DPGV à Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público, para que sejam tomadas as medidas cabíveis. Advertências ou medidas socioeducativas, como prestação de serviços à comunidade, estão entre possibilidades.