Uma tentativa de homicídio de uma pessoa em situação de rua em Vacaria chama atenção pelo motivo e o desprezo pela vida humana. Conforme o Ministério Público (MP) Estadual, várias testemunhas relataram que o suspeito agiu com um "propósito exibicionista de mostrar aos amigos como se mata uma pessoa". A vítima foi um homem de 48 anos, que ficou em estado gravíssimo. O suspeito de 31 anos, que não teve a identidade divulgada, foi preso preventivamente na última segunda-feira (28) e está no Presídio Estadual de Vacaria.
A tentativa de homicídio foi cometida na madrugada de 20 de fevereiro, na Rua Marechal Floriano, no centro de Vacaria. O crime aconteceu por volta das 5h20min, mas a Brigada Militar (BM) só foi acionada durante a manhã pelo Hospital Nossa Senhora da Oliveira, que relatou que uma pessoa deu entrada em estado gravíssimo. O homem apresentava fratura no crânio e hemorragia. Testemunhas relataram que a vítima havia sido agredida gratuitamente.
Conforme os relatos de amigos do agressor, que foram confirmados por imagens de câmeras de vigilância, o suspeito disse que queria mostrar para eles como é que se mata uma pessoa e passou a desferir socos e chutes na vítima que vinha no sentido contrário. O MP relata que a vítima estaria sob efeito de álcool e logo caiu no chão, onde o agressor continuou lhe chutando com agressividade.
— O que impacta negativamente neste fato é a constatação que o agressor atacou a vítima por exibicionismo. E ele teria consumado o homicídio se não fosse a intervenção de um dos amigos dele. Estamos cada vez mais degenerando para o descaso da vida humana. É preocupante, como sociedade, chegarmos a este grau de depravação — opina o promotor Damasio Sobiesiak.
O MP reforça que a necessidade da prisão preventiva está fundada na "gravidade do delito, na periculosidade manifesta do agente e no modus operandi do representado". Após ser agredida, a vítima foi abandonada na via pública desacordada. As agressões reiteradas foram flagradas pelas câmeras de monitoramento.
— As agressões deixaram a vítima em estado grave. A necessidade da prisão cautelar está ampla e devidamente demonstrada. O representado agiu com crueldade manifesta e intensa maldade, agredindo com violência extrema uma pessoa completamente incapaz de se defender — fundamentou o promotor Sobiesiak na representação pela prisão preventiva.
Em razão da gravidade dos ferimentos, a vítima foi transferida para um hospital de Caxias do Sul e ainda não foi ouvida na investigação. Conforme as últimas informações recebidas pelo Ministério Público, ele não correria risco de morte.